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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 24 de novembro de 2024
 

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Mensagem: A TURMA DO BASQUETE Aprendi a jogar basquete com João da Silva Prates (Zim Bolão), em Montes Claros. Espelhava-me nos mais velhos e tinha por eles o maior respeito: Geraldo Barata, Dácio Cabeludo, Sabu, Raimundo Chupa Dedo, Marquinho Vale, Walduck Wanderley, Hélio Alcântara, Diu Colares, Amauri Fraga, Tutica, Roberto Amaral, Ronaldo Veloso, Mário Bode, Gilberto Lafetá, João Carlos Sobreira e alguns outros. Depois veio minha geração e com ela, dentre outros, Duto Figueiredo, Armeninho, Haroldinho, Maninho, Valtinho, Aristóteles, Major, Zé Carlos Periquitinho, Guigi, Joãozinho e Jairo. Sou atleticano, mas, quando vim estudar em Belo Horizonte, o Galo não tinha time de basquete. Com dezoito anos, tornei-me atleta da Raposa. Nosso Presidente era Felício Brandi, que todos admirávamos pelo carinho que nos dedicava. Nós o chamávamos de “Titio” Felício. Os conterrâneos Armeninho, Haroldinho e Xandão (meu irmão) também jogaram nesse time. Dos demais atletas me lembro de Hélcio, Armando, Décio, Plínio, Roberson, Roninha, Helder e Lincão. Nosso abnegado roupeiro era o Dalmo. Tostão (Eduardo Gonçalves de Andrade) era do juvenil de futebol e tinha mania de entrar na quadra de basquete, antes de nossos treinos, para bater bola com Dirceu Lopes e Natal. Cansei de chutar seu bumbum, de leve, pedindo-lhe que desocupasse o local para que pudéssemos treinar em paz. Dizia-lhe: menino, o horário, agora, é do basquete. Jamais poderia imaginar que aquele menino que eu retirava da quadra, poucos anos depois, se tornaria o autor das jogadas mais geniais e decisivas da Copa do Mundo de 1970, um grande médico e, na minha modesta opinião, o melhor comentarista esportivo do Brasil. ´Titio´ Felício, certa feita, contratou uma exibição dos ´Harlem Globetrotters´ e lá fomos nós jogar contra os ´negão americano´. Foi a maior festa. Pintaram e bordaram conosco e só nos deixaram fazer uma cesta, assim mesmo, de lance livre. Na apresentação, apertei a mão de um deles e disse: — “Pleased to meet you, Sir: Sweet Candy! Será que ´sweet candy´ pode mesmo ser traduzido por Bala Doce? Só sei que deixei o gringo na maior perplexidade. Meu pai havia comprado um apartamento na Av. Carandaí, perto da Alameda Álvaro Celso, então sede do América. Quando ficou pronto, em 1964, eu, já universitário, por comodidade, me transferi para Coelho, onde também fui muito feliz. Já saía de casa uniformizado e fazia meu aquecimento, correndo até a alameda. A alegre turma do América deixou muita saudade em mim, especialmente os companheiros Ahmed, Ponte Nova, Paulinho, Zé Ernesto, Celso, Tonhão e os técnicos Dalmo e Miguel. Bolão, famoso massagista, de vez em quando, me aplicava aquela massagem antes dos jogos e eu entrava na quadra a mil por hora. Apelidaram-me de ´Parede´, porque quem batia em meu corpo, num rebote, sempre levava a pior. Por duas vezes, ao cair ao solo disputando um rebote, quebrei uma tábua da quadra do Minas Tênis Clube e os jogos tiveram que ser paralisados para que um carpinteiro, rapidamente, consertasse o estrago. Meu maior fã, na diretoria do clube, era o Bené, dono da Camisaria Cadilac. Jair Bala e Davi, centroavante e goleiro do futebol, respectivamente, sempre nos prestigiavam, assistindo aos nossos jogos nas quadras adversárias. A impressa elegeu-me o craque do ano do campeonato mineiro da segunda divisão de 1964 e, no dia 23 de janeiro de 1965, recebi um lindo troféu, numa festa na sede social do Cruzeiro, que era no Barro Preto, onde ´Titio´ Felício, além de me entregar o troféu, me presenteou com um disco do hino de seu clube. Um repórter veio me entrevistar e perguntou: — Onde você aprendeu jogar basquete? Respondi: — Com Zim Bolão, lá na Praça de Esportes. E saí, apressadamente, em busca de uma colega de turma da faculdade, que eu pedira para me acompanhar na festa e que se tornaria, três anos depois, minha esposa. Esse repórter deve estar se perguntando até hoje quem é esse tal de Zim Bolão e onde fica essa tal Praça de Esportes... Fui convocado, pelo Miguel, que fora meu técnico no América, para disputar os XVII Jogos Universitários Brasileiros, pela seleção mineira, em Pernambuco. Ficamos em terceiro lugar. Subi ao pódio e recebi as medalhas, na solenidade de encerramento, no belo Ginásio do Esporte, representando meus companheiros. Até hoje encontro muita gente dessa boa turma do basquete. Os papos são sempre no sentido de recordarmos um passado no qual vivemos momentos muito felizes de nossas vidas. Essas amizades históricas, conquistadas através do esporte, jamais fenecem.

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