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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 25 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Preso pela Polícia Federal pagava contas da família Leite - Ezequiel Fagundes - Planilhas apreendidas pela Polícia Federal (PF) durante a operação ‘Laranja com Pequi’, revelam indícios de repasses financeiros suspeitos para familiares próximos do prefeito de Montes Claros, Luiz Tadeu Leite (PMDB). Realizada em junho, a operação da PF e do Ministério Público (MP) desvendou um esquema de corrupção que movimentou R$ 116 milhões a partir de fraudes em licitações para a compra de alimentos superfaturados e de má qualidade nos estados de Minas e Tocantins. Segundo as investigações, o chefe da organização criminosa é o dono da Stillus, o empresário e ex-presidente do Cruzeiro, Alvimar Perrella, que temo como sócio o atual vice presidente do time celeste, José Maria Queiroz Fialho. Apreendida na casa de Noélio Francisco de Oliveira, assessor especial da prefeitura e braço direito do prefeito Luiz Tadeu, a documentação mostra depósitos para custear despesas de condomínio de prédio, prestação de imóvel, boleto de televisão a cabo, faculdade e consórcio de carro de parentes. Para a PF, a descoberta da contabilidade paralela reforça a tese de pagamento de propina pela Stillus em troca de contratos com a prefeitura, que alcançam R$ 19 milhões. Preso pela PF durante a operação ‘Laranja com Pequi’, Noélio é apontado como operador financeiro da conexão do esquema de fraudes em licitações no Norte de Minas. Armazenada em CD e com título ‘Gabinete Noélio’, a planilha cita o filho do prefeito, deputado estadual Tadeu Martins Leite, o Tadeuzinho (PMDB); o chefe de gabinete dele, Éder Júnior, que também é cunhado do prefeito, e a mulher de Luiz Tadeu, Gleide Leite, como beneficiários de transferências bancárias. No documento, chama a atenção um depósito de R$ 75 mil em nome de ‘Luiz Eduardo’. Para os federais, é o lobista Luiz Eduardo Fonseca Mota, ligado a Evandro Garcia, dono de três construtoras. Alvos da operação ‘Máscara da Sanidade’, eles são os principais envolvidos no esquema de desvio de R$ 100 milhões em dezenas de prefeituras do Norte de Minas. Com autorização da Justiça, o prefeito e o empreiteiro foram flagrados em grampos telefônicos em conversas suspeitas. “Tem um serviço que tem que fazer dinheiro”, avisa Leite. Na planilha, o nome de Tadeuzinho é um dos mais mencionados. Em dezembro de 2009, o deputado é vinculado a crédito de R$ 3 mil. No mês anterior, aparece como credor de R$ 701,43 e R$ 1.489,31. Em frente aos valores está escrito “Faculdade Santo Agostinho” e “Apto B. Horizonte”. Em 2010 foi registrado o maior volume de transferências. Mais uma vez, ele foi o principal contemplado. Em 8 de fevereiro, Tadeuzinho aparece como beneficiário de R$ 887,01. Segundo o documento, o dinheiro foi usado para pagar parcela do carro dele no “BCO Volkswagem”. No dia 15 de março, o depósito de R$ 771,57 pagou a mensalidade da faculdade. Há referências de depósitos em que não é possível identificar o beneficiário. É o caso de R$ 1.489,36, que teria sido usado para custear a “prestação apt BHte”. O dinheiro foi repassado em 15 de abril, mas o credor não foi identificado. O mesmo ocorreu em 5 de abril, quando foi feito depósito de R$ 1.300 para cobrir despesas do “cond. apt BHte”. Em 21 de junho, outros R$ 335,32 foram depositados, segundo a planilha, para bancar conta da “Net BH”. Chefe de gabinete e cunhado do prefeito, Éder Júnior é citado em nove depósitos que, juntos, chegam perto de R$ 20 mil. Com exceção de três transações (R$ 1.650, R$ 760 e R$ 2.700), o restante dos créditos teria sido usado para pagar cartões de crédito. Gleide Martins, segundo a planilha, recebeu R$ 3 mil. Procurado, o prefeito não retornou aos pedidos de entrevista.

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