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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 24 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Carros de som à vontade José Prates Em Montes Claros, a questão da mudança que fizeram dos carros que chamam de fábrica de som ou fábrica de barulho, levando-os para a zona rural, não é um fenômeno, mas, uma maneira de fugir das ações repressoras das autoridades que são pressionadas pelo povo prejudicado, a adotarem medidas contra esses abusos. A algazarra que deixa muita gente sem dormir, vinda principalmente do chamado “Triângulo da Impunidade” é produzida nos carros de som preparados para isso por pessoas viciadas que sentem um prazer doentio produzindo e ouvindo tal barulheira, desrespeitando o sagrado direito ao repouso do indefeso trabalhador. A imprensa montesclarense, principalmente este jornal, abriu seu espaço para as reclamações que chegaram de todas as partes, pressionando as autoridades repressoras que resolveram agir, fazendo os doentes do som buscar outros endereços. Agora, segundo consta, estão na zona rural, tocando para bois, vacas e cavalos que lhe acompanham com seus berros e gemidos, numa original orquestração. Esses carros de som maquinas de barulho que agridem o meio ambiente, deixando muita gente desassossegada, principalmente à noite, não estão, apenas, em Montes Claros, mas, em muitas outras cidades, Em algumas dessas, atormentadas pela barulheira, as autoridades municipais agiram de maneira conveniente e fizeram cessar ou pelo menos diminuir consideravelmente a agressão ao meio ambiente, oferecendo um pouco de sossego ao habitante. Em Brasilia, até há pouco tempo atrás, como se via nos noticiários dos jornais, carros de som que anunciam os mais diversos produtos, ônibus velhos que emitem ruídos ensurdecedores, passavam pelas ruas dos bairros sem qualquer repressão como, também, bares e boates que tornam remota qualquer possibilidade de um sono tranqüilo estavam funciiondo sem qualquer fiscalização. O excesso de barulho produzido por eses veículos estava em primeiro lugar entre as reclamações recebidas pelo Instituto Brasília Ambiental (Ibram) no ano passado, as autoridades foram alertadas e uma lei publicada no Diário Oficial do Distrito Federal em fevereiro, além de outras medidas corretivas, estabeleceu uma multa de R$ 20.000,00 ao infrator, o que fez diminuir sensivelmente o excesso de barulho que incomoda o habitante. . Antes mesmo da aprovação dessa lei os fiscais municipais já se empenhavam no combate a poluição sonora. As novas normas ambientais que proíbem, por exemplo, carros de som em áreas residenciais ou escolares ou parados em determinado lugar, perturbando os moradores foram aplicadas, passando, então, a serem cumpridas. Como vimos, houve em Brasilia uma providencia governamental que surtiu efeito principalmente pela aplicação de punições pesadas como a multa de vinte mil reais, por exemplo. Isto pode, também, acontecer em qualquer outro lugar, dependendo da disposição das autoridades. O que sentimos porem, em Montes Claros, agora, segundo as noticias que nos chegam, é que deve ter havido um certo empenho dessas autoridades no combate ao abuso dos carros de som, levando-os para fora da cidade, procurando outro lugar para perturbarem. Entretanto, não se pode afirmar que isto seja definitivo, porque não vai demorar e estarão de volta, como sempre acontece. O que é necessário, então, é um combate eficaz, seguindo as determinações constitucionais quanto o respeito aos direitos do cidadão, aplicando multas pesadas aos infratores o que, por certo, acabaria o abuso ou pelo menos, diminuiria. Hoje o que existe mais visível, são as reclamações que enchem as paginas dos jornais. (José Prates, 84 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros, de 1945 a 1958, quando foi removido para o Rio de Janeiro, onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)

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