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montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 1 de maio de 2024
 

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Mensagem: TREMOR E TEMOR O terremoto nos tornou conhecidos. Agora o Brasil inteiro, quiçá o mundo, sabe que aqui nos cafundós de Montes Claros a terra treme cada dia mais forte. Volta e meia aparecemos no Jornal Nacional: o povo correndo com medo, varandas rachando, desabando e os conterrâneos, os turistas e os viajantes fugindo dos prédios, dormindo nas calçadas e dentro dos carros. Uns se borram, outros fanfarreiam. Todos tem uma história pra contar. Só quem não se manifesta de forma clara e precisa são as autoridades constituídas e os institutos sismológicos nacionais. Até agora nenhum pesquisador, um renomado cientista, um geólogo especialista ou um observatório idôneo, embasado em fatos e pesquisas circunspectas, deu uma explicação cristalina, pontual e exata. Resta-nos o achismo, o chute no escuro, o palpite infeliz. Desde os primeiros tremores, as explicações são as mais diversas: uns dizem que os abalos sísmicos são devido a uma falha geológica situada entre o Bairro Vila Atlântica e a Serra do Mel; outros acusam as detonações realizadas pelas pedreiras; vários afiançam que são acomodações naturais de camadas no subsolo a centenas de metros de profundidade; uns poucos, mais esotéricos, defendem as válvulas de ressonância do globo terrestre; e alguns técnicos, com papo de especialistas escolados, culpam a super exploração das águas subterrâneas numa zona cárstica, bem como a pressão hidrodinâmica com aumento da lixiviação na litosfera e outras pressões. Ultimamente, foram proclamadas até visões apoteóticas de riscos luminosos no céu na hora do derradeiro grande estrondo e tremor. Os reais convocados a dar explicações são unânimes em apenas duas assertivas: os tremores irão continuar e teremos que nos acostumar com eles. Ou seja: se virem! Nós, montesclarences, leigos e mortais, ficamos ao deus-dará a espera do próximo tremor. Na torcida que seja brando e passageiro. Por outro lado, o que estarão pensando os grandes empresários, potenciais investidores? Será que arriscarão seu money numa terra sujeita a abalos sísmicos e a apagões? Alguém empatará seu capital em construções, edificações, barragens, prédios, indústrias numa terra que sacoleja cada dia mais forte e mais frequente? Imagine se algum grupo farmacêutico, químico, petroquímico, laboratorial, terá coragem de montar suas instalações em Montes Claros. Um tremor mais forte pode desbancar prateleiras, causar um apagão e dar prejuízos monumentais. Pode até mesmo atrasar pesquisas que vinham sendo desenvolvidas há anos. E uma nova barragem, uma nova usina na região, será que o empreendedor, público ou privado, não terá que elaborar sofisticadas pesquisas levando em consideração os abalos? Qual serão o preço e a complexidade destas pesquisas? Quanto elas impactarão financeiramente as obras? As promissoras usinas eólicas, então, que necessitam de precisão e firmeza, aguentariam um solavanco? E no futuro, será que os gasodutos, oleodutos, hoje projetados, poderão passar por nossa cidade? Os seus combustíveis poderão ser armazenados aqui em Terremoc? Imaginem uma rachadura na Usina Biodiesel de Montes Claros, localizada pertinho ou bem em cima da falha geológica existente nas proximidades do bairro Santos Reis e da Vila Atlântica. Presentemente, depois da assiduidade dos tremores, a Petrobrás montaria ou ampliaria a sua usina naquele local? As atuais distribuidoras de petróleo (Shell, Esso, Ipiranga, Texaco...) arriscariam armazenar aqui os seus produtos? E a Novo Nordisk, Vallé, Nestlé, com os seus laboratórios e centros de estudos estão tranquilas em ampliar seus parques industriais e de pesquisas em Montes Claros? Decidido investir pesado no norte de Minas com base na demanda do mercado e nas facilidades logísticas da região, um empresário escolheria de estalo a nossa terrinha ou sondaria Janaúba, Bocaiuva, Pirapora para montar o seu empreendimento. Depois de ver as cenas que já passaram na televisão, um pai estaria seguro em aconselhar ou mandar seu filho estudar em Montes Claros? A boca pequena fala-se que a Alpargatas atrasou quatro meses o seu projeto para rever as possíveis consequências dos tremores no seu processo de produção. Quais são as preocupações e providências da nova unidade da Case New Holland? É sabido que há filas nas imobiliárias para devolver, trocar e vender apartamentos. A procura agora é por casa, por imóveis de um só piso. A Prefeitura, as entidades de classes, a Associação Comercial e Industrial, a Câmara de Diretores Lojistas, têm que providenciar urgentemente um estudo técnico, qualificado, fundamentado, idôneo para mostrar e tranquilizar os atuais e pretensos investidores em Montes Claros. Cada vez que a terra treme há um enxotamento de novos investimentos. Cada tremor é um temor. Acordai Montes Claros para que possamos dormir em paz!

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