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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 26 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Abalo sísmico: resposta para Oswaldo José Prates A minha avó dizia que “há mal que vem pra o bem” e isto está constatando com os abalos sísmicos em Montes Claros, levando o nome da cidade a distantes lugares, com noticia em jornais principais de várias partes do mundo. Ainda ontem, perguntando sobre esses abalos, recebi telefonema de Oswaldo, um amigo mineiro de Governador Valadares, radicado em Vancouver no Canadá onde o conhecemos e muito nos ajudou quando lá estivemos com o navio em “docagem”. Disse-nos ele em seu telefonema, que a imprensa local tem noticiado os fatos, mas, sem detalhes. Infelizmente, não lhe podemos fornecer nenhum detalhe porque não conhecemos nada além do que a imprensa publica. Segundo essas publicações os levantamentos que foram feitos pela UNB dizem que a principal causa dos abalos é uma falha geológica situada entre o Bairro Vila Atlântica e a Serra do Mel. Dizem que especialistas explicaram que a falha geológica está situada entre 1,5 a 2 quilômetros de profundidade e tem três quilômetros de extensão, partindo no sentido da Vila Atlântica em direção a Serra do Mel, terminando num local onde não existem habitações. O interesse em conhecer algo mais profundo desses tremores, saindo do superficial, não só por curiosidade própria, mas, também, para informar a quem nos interrogar a respeito como fez Oswaldo, avançamos nas pesquisas e para nossa surpresa ficamos sabendo que foram instaladas nove estações sismográficas em diferentes pontos de Montes Claros para o mapeamento dos tremores e identificação das suas possíveis causas. Desde maio, segundo as informações que tivemos, os aparelhos registraram a ocorrência de 174 “eventos” no municípios, dos quais a metade “fenômenos naturais” (tremores) e outra metade detonações realizadas por pedreiras, que, de acordo com os especialistas não têm grandes impactos, ao ponto de fazer a terra tremer. Como referência para a análise no levantamento foram considerados 33 “abalos naturais” e 27 detonações. O habitante de Montes Claros não habituou, ainda, com os abalos e cada um que acontece traz um principio de pânico, fazendo o pessoal deixar a casa, seja lá que hora for, para juntar-se aos que estão correndo pelas ruas, muitos desorientados. O medo é natural por se tratar de um fato desconhecido, sem explicação lógica. O professor França, do Observatório Sismológico da UNB, disse que os moradores devem se acostumar com os abalos. “A primeira coisa que as pessoas devem ter é calma. Na hora do tremor, devem sair rápido de casa ou então se protegerem debaixo de uma mesa”, disse França.Ele lembrou que os dados do Observatório da UnB mostram que Montes Claros tem registros de sismos desde 1978, o que não sabíamos, com a freqüência dos tremores aumentando em determinada épocas e depois reduzindo. Os fenômenos se repetiram mais nos anos de 1996, 1999, 2000, 2008, 2010, 2011 e 2012. Porém, a maioria deles é de intensidade muita pequena. Segundo o professor Marcelo Assumpção, de 1995 até hoje, foram registrados na cidade pouco mais de 20 tremores acima 2.0 na escala Richter. A maioria dos habitantes não sabe disso e a ignorância quanto aos fatos traz o medo e causa pavor quando ele chega. Não digo que Cabe às autoridades municipais explicar o que acontece porque elas próprias não sabem, mas, pelo menos, devem levar ao habitante palavras que possam eliminar o pavor, fazendo-os a receber com calma o tremor como coisa natural, sem maiores conseqüências. (José Prates, 87 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros, de 1945 a 1958, quando foi removido para o Rio de Janeiro, onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)

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