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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 20 de setembro de 2024
 

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Mensagem: As recomendações que Montes Claros nos trouxe José Prates Na visita que fizemos à família e à cidade que não víamos há muitos anos, ficamos dez dias em Montes Claros, hospedados na casa de parentes, alguns deles que tínhamos visto ainda crianças, quando lá estivemos a última vez. A surpresa estava em cada um que chegava para nos abraçar. Eram as crianças de ontem agora homens feitos e mulheres casadas que estavam acompanhadas dos filhos, chegando para nos dar as boas vindas. Não reconhecemos nenhum deles como as crianças do passado, como não reconhecemos a cidade que vimos do alto como a Montes Claros que deixamos no passado. Tudo mudou: as pessoas pela ação do tempo; a cidade pela ação do homem. Durante nossa estadia, percorremos algumas ruas, as mais importantes de ontem e também de hoje, como Dr. Santos, Major Prates, Av. Francisco Sá e outras e verificamos que continuam com a mesma largura, impedindo tranqüilidade no transito que se avolumou. O que nos causou agradável surpresa foi a Praça Dr. João Alves que chamávamos de Praça do Grupo. Naquele tempo, era de terra batida, com um cruzeiro no centro, cercada de botequins que chamavam de “venda” os mais humildes e “bar” os melhorzinhos. A Praça Dr João Alves como se apresenta hoje, bonita, enfeitada, pode constituir numa bela homenagem a Dona Tiburtina Andrade Alves que em fevereiro de 1930, colocou Montes Claros no noticiário nacional, dando inicio à revolução de 30, atacando a tirou a comitiva do vice-presidente Melo Vianna. O casarão onde viveu Dona Tiburtina, foi por muitos anos o Instituto Norte-mineiro de Educação e, hoje, é o suntuoso Automovel Clube de Montes Claros que nós não conhecíamos. Com relação à cidade em si, as modificações ocorreram em busca de espaço, fazendo a cidade crescer para cima com edifícios altos, principalmente no centro, emprestando-lhe um aspecto de grande cidade. Passamos pela antiga Rua Quinze onde havia o “footing” das moiçoças, ao anoitecer, com a rapaziada postada na calçada a observar as meninas, de braços dados naquele vai-e-vem. Hoje, sei que não existe isto porque o poder econômico chegou e tudo mudou. Mas, quantos namoros que terminaram em casamentos que duraram até hoje, teriam começado ali, no romantismo dos olhares cruzados que era a forma inocente do namoro que muita gente ainda se lembra com saudade? Foi, porem, na visita que fizemos à Catedral que o passado se nos apresentou, trazendo-nos saudade: Por uma bela coincidência, foi no dia, 20 deste mês de janeiro, eu e minha esposa sentados num banco da primeira fila, em frente ao altar-mor, lembramo-nos de que há muitos e muitos anos passados, mais de meio século, também, num dia 20 de janeiro, nós dois, jovens, muito jovens ainda, naquele altar-mor à nossa frente, recebíamos a benção nupcial num casamento que perdura feliz, até hoje. Não choramos de emoção, mas, as lagrimas nos desceram à face ao nos lembrar dos nossos pais que, naquele dia, ali estavam nos abençoando e, possivelmente, agora em espírito, estivessem lá fazendo o mesmo Montes Claros foi modificada porque o progresso, o desenvolvimento, modificam a tudo, mas, a beleza poética da cidade sertaneja ainda continua em alguns setores e nos mostra a Montes Claros do nosso tempo que vivemos cheios de alegria. Creio que muitos montesclarenses de hoje não têm o hábito sertanejo, inclusive a maneira de falar, o sotaque sertanejo desapareceram, o que estranhamos. É, porem, a nossa Montes Claros que cresceu, prosperou e hoje se transformou em metrópole, o que nos orgulha e nos faz felizes. (José Prates, 87 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros, de 1945 a 1958, quando foi removido para o Rio de Janeiro, onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)

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