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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
 

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Mensagem: Um crime bárbaro A sordidez, a hediondez, a crueldade de crimes que se transformam em notícias para a Imprensa, às vezes extrapolando a mídia brasileira, parece constituir um estigma que marca a sociedade deste país nesta hora. Fica o cidadão envergonhado da condição humana, se humano se pode classificar condutas de desrespeito, de agressão e de eliminação do ser racional. Mata-se no Brasil como se fora guerra. E a onda ganha dimensões nunca pensadas antes talvez, embora os que meditam sobre a hora que vivemos percebemos que este seria o caminho dos que perderam o bom-senso, o sentimento, as lições da família (quando existem), dos professores e dos que professam religiões. No primeiro mês deste ano, foram registrados 241 assassinatos em São Paulo. O caso do goleiro Bruno é apenas um entre milhares no Brasil. Nele, houve homicídio qualificado, ou seja, por motivo torpe e com uso de asfixia, sem chance de defesa para a vítima. Cúmplices, vários. O ato final, a execução, ficou a cargo de um ex-policial, que se teria encarregado de espancar a vítima e a estrangulou, decepou-lhe o corpo e atirou os restos a cães. Morte brutal, com pormenores amplamente divulgados pelo país. Em pleno século 21, no país poderoso, do futebol, do samba, do Carnaval, abençoado por Deus. Ainda? A história não está encerrada. A verdade inteira não foi contada. Falta resposta a detalhes. E como o principal acusado se encontrou cercado de tantas pessoas na adversidade, inclusive por mulheres! Até hoje permanece rendendo juros o dinheiro do esporte? Não teriam encontrado para a vítima outros meios menos cruéis para resolver o problema, tampouco suficientemente esclarecido? Assassinar pessoas assim, principalmente mulheres, se julgaria algo da Idade Média, para tempos medievais. Os fatos do século XX o demonstram. Em 3 de maio de 1913 – completam-se agora exatamente 100 anos – foi assassinado na sua fazenda de Canoas, o coronel Marciano José Alves, a golpes de facão. Também foram mortos Antônia Josefina Alves, a esposa, e a doméstica, Rita. Consta que, perpetrado o crime, cortaram-se os corpos e atiraram os restos aos porcos. É uma longa e dolorosa história. O coronel era bisavô de João Vale Maurício, ex-secretário de Saúde de Minas, escritor, médico, da Academia Mineira de Letras. No livro “Emboscada de Bugres”, Milene Antonieta Coutinho Maurício, pedagoga, escritora premiada, esposa de João Vale Maurício, conta sobre o tríplice homicídio das Canoas. Os matadores foram João Cabeceira e outros, que agiram contratados por chefes políticos. Pairou mistério por muitos anos, mas não há crime insolúvel.

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