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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 20 de setembro de 2024
 

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Mensagem: VEM AI O TRANSPORTE FERROVIÁRIO

JOSÉ PRATES

Quem conhece a Europa sabe que o transporte usual na locomoção de pessoas entre cidades e países é a estrada de ferro, mesmo que a distância seja grande. O trem é confortável tanto na primeira quanto na segunda classe e mantém uma velocidade média de 120 quilômetros horários, superior a dos ônibus a que estamos acostumados no Brasil. Para se ter uma idéia, na Itália, a distância de Livorno no Vale do Rio Pó para Roma, pela ferrovia, é de 312 quilômetros que o trem misto com velocidade de 110 kms, cobre em 3 horas, com duas paradas de 10 minutos em estações intermediárias. Aqui no Brasil, houve o uso da ferrovia, principalmente do nordeste para o sul, quando não existia estrada de rodagem, como hoje, existe. O hábito de uso da estrada de ferro foi diminuindo desde a década de setenta quando começaram a surgir as rodovias pavimentadas, nascidas do binômio “energia e transporte” do Governo Juscelino. Aos poucos, os trens foram sendo substituídos pelos ônibus até que desapareceram, ficando como lembrança da estrada, apenas, os trilhos cobertos de mato e as estações abandonadas, que sem uso, vão sendo aos poucos, destruídas pelo tempo, e algumas outras servindo de abrigo aos “sem teto” e mendigos.
A ferrovia no Brasil foi resultado da disposição progressista do Imperador Dom Pedro II depois que os Estados Unidos, em 1854, inauguraram seu primeiro trecho ferroviário. Em fevereiro de 1855 o Governo Imperial firmou contrato com o Engenheiro inglês Edward Price para construção da primeira seção de uma estrada de ferro saindo do Rio de Janeiro com a pretensão de uma integração sobre trilhos do território nacional, sonho imperial que veio a ser realizado em 1948, 93 anos depois, com o entroncamento em Monte Azul, Minas Gerais, da Central do Brasil com a Leste Brasileiro, fazendo a ligação ferroviária norte-sul do Brasil. Aconteceu, porém, que a escolha de uma bitola estreita para o trecho Belo Horizonte a Monte Azul que foi usado até agora, inviabilizou o progresso do empreendimento. No mundo lnteiro, essa bitola de um metro e quinze, adotada no Brasil é a única o que tornou impossível a reposição de vagões e máquinas, não podendo acompanhar o desenvolvimento tecnológico da ferrovia nem a necessidade atual de transporte de qualidade, tornando-se, assim, obsoleta.
Agora, com entendimentos e providencias já iniciadas, tem como certa a construção de uma estrada de ferro moderna entre Belo Horizonte e Salvador, prevendo a licitação para o próximo ano e inicio das obras para 2015 como está na Resolução 4131 da ANTT. Pelo que fomos informados, as obras terão inicio nas duas pontas, ao mesmo tempo, até se encontrarem. Como vimos não se trata mais de um simples projeto ou uma simples promessa, mas, de um projeto já aprovado cuja execução terá inicio daqui a dois anos. Pretende-se construir uma estrada moderna com alta velocidade capaz de atender às necessidades de transportes em toda região por ela servida. Ainda hoje, apesar da disposição governamental em iniciar os trabalhos, já estando sendo retirados os trilhos velhos em Montes Claros, existe a pressão contrária de empresas atuantes hoje no transporte coletivo que não desejam a construção dessa nova estrada, temerosas da concorrência que dizem desleal. Entretanto, pelo que vemos, a disposição do governo é forte, exisitindo seriedade no projeto que virá trazer facilidade no transporte do nordestino para o sul e vice-versa. Por isso, existe em todo país um movimento exigindo que as novas ferrovias que serão construídas, tenham também o transporte de passageiros. Sabe-se, porem, que o trem de passageiro não virá de imediato, mas, será uma questão de tempo porque a tendência é seguir o exemplo dos países europeus que, como dissemos, utilizam muito esse sistema de transporte.

(José Prates, 87 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Atualmente, é um dos diretores do Sindicato da Classe)

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