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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 16 de setembro de 2024
 

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Mensagem: No entardecer de 6 de dezembro, no Tempo da Epifania, depois de muitas vezes, consegui que Raio atendesse o interfone da casa/museu do seu pai, onde pincéis produziram quadros e horas inolvidáveis, como Pavão gosta de repetir. Atendeu, identificou prontamente a voz que o buscava, saiu à porta e, milagre, aceitou alegremente deixar os seus domínios últimos, e conversar. (Igor, seu irmão, ontem perguntou: ´com que trator conseguiu arrastá-lo?´) O fato é que Raio veio, contente conversar. Ali perto, de uma varanda para a cidade, por 3 horas conversamos, ou mais. Apenas os dois. Nossas vidas de 60 anos foram recuperadas, e revisitadas, em cada quadra. Pareceu-me muito com o gigante que foi seu pai. Lúcido, raciocínio alto, controle da situação, despojamento, despreendimento. Um sábio que se ancora na solidão, para melhor falar com Deus, que a todos ouve no grande deserto. Inesquecíveis 3 horas, de vasto sobrevôo. Apenas uma vez Raio desceu às vicissitudes humanas, quando se sentiu, e confessou ´rodeado de buracos´. A imersão, rápida, às regiões de dor sempre foram passageiras no fantástico mundo que sempre soube construir, um seguido sempre de muitos outros, infindáveis. Tomei a iniciativa, deliberada, de afastá-lo dos ´buracos´, e provoquei para que voltasse aos planos costumeiros de sua lucidez, que a muitos pode parecer caótica, e nunca, nunca foi. A solidão dos altos vôos, a espaços rarefeitos, é um preço a ser pago, e ir lá nada tem de egoístico, de soberba ou superioridade. Raio exibiu maioridade mental - leve, verdadeiro, autêntico, e nosso diálogo, com a promessa de muitos outros, foi longinquo e privilegiado, até para a noite que é de Epifania. O homem tocando as suas cumeeiras, equilibrado e justo, no esplendor do pouco querer. Lembrei-me de Taine, citado por Lima Barreto: ´Tudo amar para tudo compreender, tudo compreender para tudo perdoar...´ Percorremos S. Joao da Cruz e Yogananda, e ele fluiu soberanamente, leitor voraz que sempre foi. Fui entregá-lo de volta á sua casa, a pé, em função de detalhe que me impressionou profundamente. Raio, quando aceitou vir comigo, naquele entardecer (repetirei sempre: começo de Epifania), a cada passo que se afastava da Casa do Pai, voltava-se com o olhar para ela. Fez isto várias vezes, no espaço de 2 quarteirões. Talvez se perguntando: se saberia voltar, se era capaz de voltar. Temia não voltar, esquecer o caminho, perder-se? Voltou. Voltará muitas vezes. Numa Noite, Feliz. (Estas lembranças dito com um só dedo, que é o que este mini-computador aceita, em trânsito, a caminho, para dizer ´bravo´ ao que depôs seu primo Ucholino, sempre muito bem. Raio vive)

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