Receba as notícias do montesclaros.com pelo WhatsApp
montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 27 de novembro de 2024
 

Este espaço é para você aprimorar a notícia, completando-a.

Clique aqui para exibir os comentários


 

Os dados aqui preenchidos serão exibidos.
Todos os campos são obrigatórios

Mensagem: BOA VIAGEM! Quem me contou foi Artuzim, lá de Pedra Preta. Ele estava no ônibus, lá no ponto da Socomil, à espera de voltar pra casa, quando pintou Zé Mutamba, truviscado. O motorista rabugento, impaciente, olhou aquela figura com desprezo. Zé Mutamba deu uma meia volta, uma bambeada, segurou na porta do ônibus e destramelou: - Seu motorista, esse ônibus passa nas Cabeceiras? - Passa, grasnou o motorista. – Sobe! - Ele passa mesmo? Perguntou de novo Zé Mutamba, com um dos pés no degrau. - Porra, eu já disse que passa. Sobe logo que eu estou atrasado. - Zé Mutamba soluçou, hic, aprumou-se, subiu o outro degrau, hic, deu uma olhada comprida nos passageiros, firmou no banco, hic, e quando todos pensaram que ele iria sentar, desceu novamente e voltou para a posição antecedente. - Seu motorista, eu estou avisando, só entro no ônibus se ele passar pelas Cabeceiras. - Não encha o saco, caralho. Ou você entra ou sai, porque eu não tô aqui pra aguentar cachaçada de bêbado, não. - Mas eu só quero saber se ele passa nas Cabeceiras... Mutamba botou novamente o pé direito no degrau, tentou o segundo degrau, trocou de pé, deu um passo pra frente, outro pra trás e estacou. O motorista, puto, largou o volante e partiu pra cima de Zé: - Escute aqui, seu bosta, cê vai encher o saco de outro, ou você embarca ou desce. - Calma, moço, eu só queria saber se ele passava nas Cabeceiras... - Passa, porra! Eu não disse que passa. - Mas ele vai pra onde? - Vai pra “Puta que Pariu”, gritou o possesso motorista. Com o berro Zé Mutamba amofinou, entrou no ônibus lotado, esbarrando em um e em outro passageiro, firmando-se nas cabeças das pessoas e foi sentar lá no fundo. Uns arreliaram dele, mas Zé nem deu bola. Acendeu um paiozo, deu uma cusparada no chão, umas baforadas e começou a cantar “A mulher do compadre Mané Peedro...”, que poucos entenderam a letra. O ônibus não chegou na Maiada e ele já estava roncando com o paiozo apagado no beiço. Daí até as Cabeceiras foi um pulo, um sossego. Zé Mutamba só acordou porque os passageiros o cutucaram. Quando o ônibus parou no encostamento para ele descer, Zé Mutamba se pôs de pé, rompeu até o motorista, virou-se para trás e, educadamente, disparou: - Passageiros com destino para a “Puta Que Pariu”: Boa Viagem! Saltou.

Preencha os campos abaixo
Seu nome:
E-mail:
Cidade/UF: /
Comentário:

Trocar letras
Digite as letras que aparecem na imagem acima