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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 28 de novembro de 2024
 

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Mensagem: A diária da prisão

Manoel Hygino - Hoje em Dia

O Brasil depois da Copa: o que será? Poderá uma competição esportiva internacional contribuir para mudanças fundamentais na vida do país e das pessoas? Fala-se no legado. Como será? Ficaremos apenas com estádios de custos altíssimos para disputas locais...ou, quem sabe, servir para jogos de várzea. Afinal, a imensidão de recursos públicos - ou seja, de cada brasileiro - terá resultado prático e bom para a gente ou restará como uma lição a ser deplorada?
Enquanto se desenrolava a Copa, muito aconteceu além do desabamento do viaduto Batalha dos Guararapes, em Belo Horizonte, e da agressão de um jogador colombiano a colega profissional do Brasil, astro da equipe. Enquanto a bola rolava, uma agência bancária em Francisco Dumont, norte de Minas, foi atacada por ladrões e roubada. Uma semana antes, explodiram um caixa eletrônico na mesma pequena e pacata cidade, chamada Conceição do Barreiro antigamente.
Daniel Marques, leitor de Virginópolis, alertava, há poucos dias, para a elevação das taxas de homicídios no país. Já em 2012, o número de mortos foi de 56.337, cinco vezes superior a apenas um ano de guerra no Iraque. E a estatística continua crescendo, enquanto o governo insiste em ser bonzinho com os que roubam, que matam, com os que não trabalham, não estudam, nada produzem.
Recentemente, o juiz de Direito Isaías Caldeira, de Montes Claros, bravo defensor das boas causas, advertia para o clima criado entre nós. Há ´uma nova forma de aposentadoria precoce, através dos programas assistenciais, pois quem é inserido em tais bolsas ali permanece, sem previsão de mudanças, no gozo do ócio, sob sustento dos impostos dos que trabalham e recolhem aos cofres públicos, para o proselitismo caridoso dos mandatários ocasionais´.
Enquanto isso, avultam a violência e o desrespeito a pessoas e patrimônios. O sistema prisional exibe péssimas condições, como opinou, a sua vez, o juiz de Direito de Execuções Penais de Governador Valadares, Thiago Colnago Cabral. É o que sabemos. Já em 2012, o país contava com 548.003 presos, para 310.687 vagas.
O Brasil parece privilegiar os ociosos, os viciados, os marginais, os criminosos enfim.
Suas famílias recebem benefícios e a própria proliferação da espécie é fonte pecuniária.
Os homens abandonam o trabalho e, com o dinheiro recebido da Bolsa, apelam para o álcool ou coisa pior. Recurso mensal chega do Tesouro, mesmo nas áreas rurais.
Uma verdade se diga, porque permanece como lição da Copa: é preciso mudar, mas - antes e acima de tudo - mudar o que? Para quê? Como? Quando? No caso do sistema prisional, é bom conhecer o que a Holanda está fazendo. Decidiu seguir a Dinamarca e a Alemanha ao impor a seus presidiários o pagamento de 16 euros (R$50) por dia atrás das grades.
O objetivo é obrigar o criminoso a assumir o custo de seus atos delituosos e poupar. O preso tem de entender que faz parte da sociedade e, se comente um delito, tem obrigação de contribuir para custear o ônus que provoca. Que seus atos não sejam pagos, do ponto de vista econômico, apenas pelo resto do cidadãos, advertiu o Ministério da Justiça holandês. No Brasil, o custo mensal de um preso é de R$1800, segundo o Ministério da Justiça.

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