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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 28 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Serra Ibituruna e o Parque Lapa Grande. Quando o prefeito Ruy Muniz ponderou-se diante da moção apresentada e recebida acerca do zoneamento urbano com intuito de preservar a Serra Ibituruna (ou Serra do Melo), foi muito feliz ao solicitar um estudo mais aprofundado. Apesar de que estudos como este não se faz em menos de dois anos, mais não custa esperar para decidir diante de uma questão tão... não digo polêmica, mais, de interesse. Ouvir e assistir algumas entrevistas onde os entrevistados mostravam preocupados com a Serra (de idade bilionária) e com as supostas enchentes, tremores e, outros pontos de vistas sem fundamentos. Disseram até que a vazão do rio aumentou com a criação do Parque Lapa Grande. Pois bem! Através do Organismo Internacional de Energia Atômica –OIEA; A Comissão Nacional de Energia Nuclear- CNEN; o Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear-CDTN; a Unimontes e a Copasa foi firmado uma parceira com o objetivo a um projeto intitulado: Pesquisa dos Recursos Hídricos nos Aqüíferos de Rochas Carbonatadas situados próximos a Montes Claros, Ribeirão do Ouro e Rio Caititu. O projeto teve inicio em 1995, foram três missões realizadas, respectivamente, em Abril e Outubro de 1995 e de Outubro a Dezembro de 1996. Esta pesquisa foi coordenada por uma das maiores autoridades em aqüíferos do mundo o especialista do OIEA o espanhol Dr. Antonio Plata Bedmar; pela Copasa, fui um dos escolhidos junto com a Mônica Ladeia e Sergio Ramos. De Montes Claros fui o único que trabalhou do inicio ao fim (em todas missões). Foram pesquisados a composição litológica e a granulométrica do solo amostrado na medida do Trítio; a Taxa de infiltração usando Trítio como traçador e Rodamina corante fluorescente para medições de vazão e o balanço hídrico. Através das pesquisas com o carbono -14 e 13 foram encontradas águas com até 140 anos de idade no Caititu e de 20 anos no Pacui e Cedro; conclui-se que parte das áreas de recargas do nosso solo é muito impermeável, mais não foi só estas bacias que apresentaram situações atípicas. Este trabalho foi “também” para estudar o potencial do Rio Pai João (bois) na Fazenda Lapa Grande de propriedade do Banco Mercantil, hoje o Parque. Nesta área foram encontradas duas áreas de recargas com pouca significância, São elas a 27 e 31 do relatório, são áreas de infiltrações rápidas com deflúvios breves. Depois das analises químicos das amostras das bacias em pontos difusos como: São João da Vereda; Poço Verde (próximo a Coração de Jesus) ; Fazenda Lapa Grande; Candeal; Sr Alcebíades; Sr. Josimar; Rebentão dos Ferros e Cedro e os trabalhos encerrados, veio á fase final para interpretação dos resultados e a elaboração do relatório. Concluíram que a maior parte da água que atrvessa em Buriti do Campo Santo e dentro do Parque Lapa Grande é derivada da Bacia do Rio Pacui de áreas de recargas longe do Parque. Concluem-se que as vazões dos Rios Pai João e Cedro estão atreladas a sazonalidade da Bacia do Rio Pacui que está em uma cota mais elevadas favorecendo a percolação. Finalizando minha colaboração, se querem preservar a Serra e o Ex. Símbolo de Montes Claros – o morro Dois Irmãos - seria necessário a paralisação de todas mineradoras do calcário que foram licenciadas inclusive com votos dos que hoje defendem a Serra do MELO e não “mel”. Eu como conselheiro do COPAM-NM legitimado pelas Atas existentes, nunca votei pelo deferimento das explorações das jazidas calcarias. Mesmo ciente da importância da brita e o cimento para o desenvolvimento, mas, da forma que são apresentados os projetos degradadores, nunca concordei. No mais, lutar para preservar o que já é protegido por lei, é meio incoerente. São “Ns” leis neste sentido é só cumprir – que não foi o caso daquele condomínio na encosta da serra aprovado no Codema pelos os mesmo que hoje estão contra a extensão urbana no planalto do Palmito. Dizer que um condomínio ou dois, irão provocar inundação numa avenida calculada e projetada por especialistas; que pode provocar tremores. Por isso, que, entendo que a Câmara Municipal e o Prefeito tem que estudar bem os fatos antes de engessar o progresso de Montes Claros. Não podem agir impulsionados pela poesia, e sim com a razão. Tem muita gente honesta envolvida, mas, “outros querem adoçar o bolso com o mel da serra” (*) José Ponciano Neto é Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros- IHGMC e da Academia Maçônica de Letras do Norte de Minas-AMLNM.

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