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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 24 de setembro de 2024
 

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Mensagem: DIA 15 DE MARÇO Como será o protesto neste domingo em Montes Claros? Inúmeras convocações virtuais escancaram-se nas redes sociais, conclamando a população para protestar no dia 15 de março. Porém, inexistem mensagens com informações precisas sobre o horário e o local da concentração. Domingo, dia de descanso, sem pessoas na rua, é a data mais inadequada para mobilizações. O local tem que ser o mais central possível e que exija o menor deslocamento da população. E o horário? Caminhadas a sol a pino tendem a ser estafantes, dispersivas e fugazes. Dia de protesto se faz em dia de semana, de segunda a sexta-feira, no final da tarde, com o sol já morno, quando as pessoas ao deixarem o trabalho, as escolas, os afazeres, podem aderir ao movimento. Falo com uma certa experiência, pois desde pequeno vi e participei de passeatas e protestos. Em 68, rapazote, seguro pela mão de meu pai, assisti os estudantes de BH enfrentarem a cavalaria da polícia. Na época da faculdade, 74 a 77, metido até o pescoço no movimento estudantil, saia às ruas contra a ditadura e corria dos cassetetes da repressão. Em 79, no começo da abertura, reunia, mobilizava e ´passeatava´ a favor da anistia ampla, geral e irrestrita e pela demarcação das terras indígenas. Em 84, no Rio de Janeiro, participei do Comício da Candelária a favor das diretas já, que foi a maior manifestação pública da história do Brasil, até então. Em 92, juntei-me nas passeatas à milhares de brasileiros, caras pintadas, pedindo a saída do presidente Fernando Collor de Mello do poder. No dia primeiro de janeiro de 2003, fiz questão de juntar-me a uma multidão na esplanada dos ministérios em Brasília para assistir a posse do primeiro líder de um partido de esquerda eleito presidente da república. O primeiro operário. Um homem do povo. Também estive, junto com minha mulher e filhos, nos protestos de 2013, conhecidos como Manifestações dos 20 centavos, Manifestações de Junho, que teve uma propagação viral. Em seu ápice, milhões estavam nas ruas protestando não apenas pela redução das tarifas de ônibus, mas também contra os exorbitantes gastos públicos na Copa, contra a má qualidade dos serviços públicos, indignados com a corrupção política galopante. Mesmo o domingo sendo um dia inapropriado para manifestações, eu voltarei às ruas, com a minha família, para cobrar punição às falcatruas escancaradas e para que o julgamento deste lamaçal não acabe em pizza. Ainda mais agora que Dias Toffoli, ex-advogado do PT, presidirá o julgamento da Lava Jato. Bem, mas se for para chover no molhado, que a chuva dos nossos gritos indignados caia sobre os corruptos e corruptores. Que seja um toró de civilidade para lavar as sujeiras do nosso mundo político. Que a nossa voz rouca das ruas destampe os ouvidos moucos de nosso judiciário. Não vou como incendiário, pois sei que estamos vivendo um momento tenso e perigoso. Que estamos sentados num barril de pólvora, basta ver os telejornais, ouvir as conversas nos botecos, dar uma olhada nos comentários dos emails, whatsapps e telejornais. O Brasil está descarrilhado, temos que fazer alguma coisa. Omissos não podemos ficar. Precisamos salvaguardar nossas instituições, defender a imprensa livre e não incitar a violência. É essencial que saíamos às ruas de forma ordeira, pacífica, como fizeram os parisienses por ocasião do atentado a Charles Hebdo, como protestaram recentemente os nossos hermanos argentinos diante da misteriosa morte do promotor Alberto Nisman, e como fizemos nós mesmos nos protestos do ano de 2013 – é o que nos resta para escancarar o nosso descontentamento e o nosso asco a tanta roubalheira e impunidade. Entretanto, é bom alertar ao povo que irá às ruas e aos organizadores do protesto que tenham juízo. Temos que ter a temperança que tem faltado a Lula e ao governo federal. O nosso prefeito Ruy Muniz e os chefes das polícias militar, civil e federal, que respondem pela segurança pública, devem reunir-se e pensar num plano que assegure a ordem, mas que também garanta a livre manifestação da população. Nós, os descontentes, teremos que ter todo o cuidado e saber que é grande o potencial para as provocações baratas e para a ação de vândalos infiltrados. Deveremos afastar e até mesmo repudiar os manifestantes com bandeiras de partidos e organizações políticas. As nossas legítimas armas num protesto democrático são a voz, a indignação, a serenidade e a defesa do estado democrático e de direito. Para finalizar, é bom estarmos alertas e precavidos com a turma golpista que defende a retomada do poder pelos militares. Possivelmente eles estarão por lá e essa gente é tão inimiga da democracia como aqueles que na semana passada espancaram manifestantes em frente à Associação Brasileira de Imprensa. Eu repudio o petralhismo militante, o bolivarianismo, bem como todas as ditaduras militares, mesmo que temporárias. Saio à rua pelas liberdades democráticas, pelo estado de direito, pela necessária reforma política e contra a absurda corrupção que tomou conta do país. Vamos lá! Domingo será dia de protestar de cara limpa, sem máscaras, mas também será um dia para cantar, rir, reivindicar, distribuir abraços, dar as mãos para um país melhor. Nossa indignação coletiva precisa ser fotografada, filmada e mostrada aos podres poderes de Brasília. Vamos lutar por um Brasil melhor, mais justo, mais honesto, onde as pessoas respeitem as pessoas e os políticos respeitem o dinheiro público. Sem corrupção. Sonho? Talvez. Mas precisamos dar o primeiro passo. À luta! Nossos filhos merecem e nossos netos certamente nos agradecerão!

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