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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 24 de setembro de 2024
 

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Mensagem: Uma cidade que perde a sua memória é uma cidade destinada a perder também a sua identidade, e até o nome que a faz reverenciada entre as demais, especialmente em matéria de cultura, arte e história. Leio hoje convite para Missa de 7º Dia, de Mary Wilson Maldonado Dutra Nicácio. Poderia ser simplesmente Mary Maldonado, e muitas excelentes e gratas recordações brotariam de todos os pontos, por variados motivos. Foi moça lindíssima. Exemplar dona de casa. Irmã em familia numerosa. Artista inigualável. Aqui, devo me deter. Cantava como um anjo - e me lembro do que grafou JK , no seu diário íntimo, nos dias mais doridos, ´hoje, ouvi um anjo cantar...´. Vou de volta aos anos 70, creio que numa noite de apresentação da requisitada Seresta de M. Claros. Ou foi numa exibição do Banzé, nas suas melhores ocasiões, numa manhã de domingo. Mary Maldonado arrebatou o grande auditório do Palácio das Artes, ja transformado em nosso Carnegie Hall. Quando ela acabou de cantar uma de nossas músicas de seresta, hoje tão negligenciada, e era nada menos que um Querubim cantando, o auditório veio abaixo, com igual arrebatamento que só vi outra vez. Foi por aquele mesmo tempo, quando o Balé Bolshoi se exibiu em Belo Horizonte pela primeira vez, com o seu corpo principal. Os aplausos só foram comparáveis aos enviados à nossa Mary quando, por fim, pisou o palco - último número - a diva do balé, nada menos que Maya Pllisetskaya, que não dançava, flutuou ali diante de todos, arrancando aplausos que pareciam não ter fim. A suprema dançarina de todas as Rússias...e a Flor do Campo, nossa Mary. A comparação do aplauso, em datas próximas, foi inevitável, automática, compulsória, pois jamais vi coisa parecida. Vívida, a lembrança me vem agora, quando triste leio, necessitado de mais explicações, o convite para irmos todos, hoje, neste sábado, às 19h, à Capela do Colégio Imaculada, para a Missa de 7º Dia, da Ressurreição, da notável Voz de nossa cidade. Voz que migrou para os Céus, em silêncio. Como fazem os anjos. Cantará lá, e recolherá o mesmo, e intenso, e interminável, e inapagável, e eterno aplauso, que um dia a consagrou. E que ainda ouço agora, vindo de um domingo, no Palácio das Artes, na cidade de Belo Horizonte, nos anos 70. Pobre cidade que perde a sua memória pelos caminhos.

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