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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 19 de abril de 2024
 

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Mensagem: Toninho Rebello: o livro e as pedras do tropeço Certa feita, quando Toninho Rebello se preparava para entregar mais uma obra a Montes Claros, alguém muito próximo lhe perguntou: Não vai por placa Toninho? Ao que ele respondeu: Placas? Para que placas? O que importam são as obras, não as placas. Nessa resposta de Toninho Rebello havia uma demonstração de humildade, uma consciência rara do verdadeiro papel do gestor e uma lição: a de que a grande riqueza do homem é o que ele faz com o seu sonho. E o sonho de Toninho era Montes Claros. Por que escrever um livro sobre Antônio Lafetá Rebello? Porque não há placas com seu nome na cidade de Montes Claros que ele administrou por 2 mandatos. E não há praças, não há bairro, não há ruas, não há nada que o lembre na cidade que ele amou. Assim como as casas velhas que caem, abandonadas, levando as lembranças dos montes-clarenses, a memória de Toninho Rebello estava se desfazendo. A ambição minha e de Jorge Silveira era a de lutar contra o esquecimento. Esquecer o passado é uma estratégia para se desvirtuar uma história; esquecer o passado é não se comprometer com nossa consciência social. E isso, sob todos os aspectos, é muito perigoso. Eu e Jorge temos a plena consciência de que nosso papel no livro foi pequeno e discreto. Fomos a mão do oleiro que revelou a forma daquilo que por si só era substância e riqueza. O nome Toninho Rebello fala por si só. Permitam-me, nesse momento, usar uma pequena metáfora. Quem anda pelas ruas de Berlim, na Alemanha, sente um pequeno obstáculo incrustado nas pedras de alguns calçamentos. Para não cair ou tropeçar, o caminhante é obrigado a se curvar levemente ante aquele pequeno obstáculo. Então, descobrirá que muitas pedras têm afixadas umas pequenas plaquinhas de metal, com o nome de um judeu morto pelo governo nazista, na segunda guerra mundial. Tratam-se das stolpersteines, cuja tradução em português é: pedras do caminho, obstáculos ou pedras do tropeço. Elas fazem parte de um projeto do artista plástico Günter Demnig e seu objetivo é que as pessoas tropecem, literalmente, na memória; que lutem contra o esquecimento e que, ainda que discretamente, façam uma reverência aos nomes do passado. Usei essa imagem porque é isso o que eu e Jorge Silveira pretendemos com a escrita do livro. Essa é nossa pedra do tropeço; a forma que encontramos de reverenciar a memória de Antônio Lafetá Rebello. Esse livro é um monumento a ele, um monumento de palavras. Assim como os passantes das ruas de Berlim, com ele nos curvamos em respeito e agradecimento ao homem que ele foi. Muitas histórias faltaram. Muitos se aproximaram de mim, após a leitura do livro, contando outras tantos episódios envolvendo Toninho Rebello. Talvez sejam elas a matéria para outro livro. Quem sabe? Estamos carecendo de uma boa imagem. Estamos carecendo de esperança. Ivana Rebello.

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