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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 2 de maio de 2024
 

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Mensagem: O acolhimento de Itacambira Manoel Hygino - Hoje em Dia Itacambira, norte de Minas, é cidade pequena, simples e acolhedora. Fui lá conferir enfrentando a estrada sem pavimentação, conhecendo a igrejinha de Santo Antônio, construída no princípio dos anos 1700, o que dá ideia da importância do templo, abraçado pelas duas ruas do lugar. Fernando Dias Paes Leme andou por ali, procurando esmeraldas da Serra Resplandecente e a Lagoa Vapabuçu. Sob as tábuas do templo, encontraram-se corpos mumificados, que mereceram reportagens nas maiores revistas do mundo. Lá, poderia ter sido batizada aquela que, na ficção de Guimarães Rosa, foi Diadorim. A arquitetura interna é única e recebeu menções elogiosas de autoridades no assunto. Tudo isso, não evitou a voracidade dos caçadores de peças sacras, que lhe surrupiaram cinco imagens, sem retorno, em 2012. Chamou-me especialmente atenção o registro de João Camillo de Oliveira Torres, historiador respeitável, sobre a existência em Itacambira de um acolhimento/educandário para moças, não constante da crônica regional. Seguindo a pista, solicitei ajuda ao Instituto Cultural Amilcar Martins, que detém um dos mais completos acervos bibliográficos do Estado, sempre ampliado pelo entusiasmo e amor aos livros de seu diretor, Amilcar Vianna Martins, filho do cientista homenageado com o nome da instituição. Na biblioteca, localizamos “Clero Mineiro”, de Furtado de Menezes, em dois volumes, edição de 1933, que aclara a questão. Diz o autor que, na freguesia de Itacambira, a quatro léguas da vila de Minas Novas, nas margens meridionais do rio Araçuaí, o padre Manoel dos Santos fundou, em 1756, uma casa para abrigo de moças sob o título de Casa de Oração do Vale de Lágrimas. As primeiras que chegaram foram as irmãs Izabel e Quitéria, seguidas de outras que elas se uniram “para entregarem-se ao serviço de Deus”. A fundação foi aprovada pelo arcebispo da Bahia, D. João Botelho de Matos e, logo protegida pelo seu sucessor, frei Manuel de Santa Inês. As acolhidas viviam de esmolas, das costuras que faziam e do cultivo agrícola por escravos que lhes foram dados. Em 1785, o governador Martinho de Mello Castro, por ordem de Lisboa, procurou saber da vida do instituto junto à comarca de Serro Frio. A resposta foi plenamente satisfatória, embora o local fosse “doentio, ermo e inabitável, principalmente no tempo de chuvas. “Assim, o acolhimento foi transferido para Chapada do Norte, medida aprovada pelo governador. O comandante do destacamento, revelou: “É uma casa de oração secular, sem voto algum, utilíssima aos povos deste paíz; porque ali mandam alguns Pais de Família ensinar suas filhas, tendo-as recolhidas por alguns anos, de d’ahi costumam sahir não só provectas em artes liberaes mas também no Santo amor e temor de Deus”. Restaria perguntar: nada restou do instituto em Itacambira ou Chapada do Norte? Ana Cristina Pereira Lage, com doutorado em Educação pela UFMG e professora universitária, focaliza o problema em profundidade, mas não indica a localização geográfica da primeira instituição nem o nome de Itacambira. Mas vamos seguir as pegadas.

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