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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 18 de maio de 2024
 

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Mensagem: UM AMIGO FIEL * Marcelo Eduardo Freitas Em dias tão corridos, embora lamentável, é forçoso concluir que temos tido dificuldades em cultivar amizades sinceras. Interesses não tão nobres movem as relações modernas. Crianças estão sendo criadas em ´cativeiros´ completamente apartadas das relações humanas. Tudo se tornou eminentemente virtual. Passam-se os anos e, ao olharmos pelo retrovisor da vida, observamos que não cultivamos amizades genuínas. Aquelas de infância, verdadeiras, tão raras em tempos atuais. É bíblico e não se pode negligenciar: ´Um amigo fiel é uma poderosa proteção: quem o achou, descobriu um tesouro. Nada é comparável a um amigo fiel, o ouro e a prata não merecem ser postos em paralelo com a sinceridade de sua fé´. Para os incautos, está lá no livro do Sirácida, mais conhecido como Eclesiástico, de autoria atribuída a Jesus Ben Sirac. Ter amigos de infância, assim, é recordar o passado com um sorriso nos lábios. É ter a sensação de que bons momentos foram vividos na companhia de verdadeiros companheiros de jornada. Dá saudades! É semelhante àquela descrição apresentada pelo saudoso Manoel Bandeira, em Velha Chácara: ´a casa era por aqui... Onde? Procuro-a e não acho. Ouço uma voz que esqueci: É a voz deste mesmo riacho. Ah quanto tempo passou! (Foram mais de cinqüenta anos). Tantos que a morte levou! (E a vida... nos desenganos...) A usura fez tábua rasa da velha chácara triste: Não existe mais a casa... - Mas o menino ainda existe´. Relembro com alegria do tempo que passou e não mais retornará. Mas a vida segue sempre adiante, para além do horizonte. Assim, para que ninguém perca a oportunidade de colacionar amizades fieis, nunca é demais relembrar a história do ´Pai Conselheiro´, aqui reescrita livremente: Um jovem recém-casado, num daqueles dias de calor ardente, estava sentado em um sofá, bebendo suco gelado durante uma visita à casa de seu humilde pai. Ao conversarem sobre a vida, o casamento, as responsabilidades diárias, as obrigações da pessoa adulta, o pai remexia pensativamente os cubos de gelo a derreterem no seu copo quando lançou um olhar claro e sereno para o filho. - Nunca se esqueça de seus amigos, aconselhou! Serão mais importantes na medida em que você envelhecer. Independente do quanto você ame sua família, os filhos que porventura venha a ter, você sempre precisará de amigos. Lembre-se de ocasionalmente ir a lugares com eles. Façam coisas juntos. Cometam irresponsabilidades e conserve amizades de infância, estas as mais importantes de toda a sua jornada.  ´Que estranho conselho´, pensou o jovem. ´Acabo de ingressar no mundo dos casados. Sou adulto. Com certeza minha esposa e a família que iniciaremos serão tudo de que necessito para dar sentido à minha vida!´  Contudo, ele obedeceu ao pai. Manteve os amigos do passado e a cada dia aumentava o número de relacionamentos. Conforme os anos se sucediam, ele foi compreendendo que seu pai sabia do que falava. Na medida em que o tempo e a natureza realizavam suas mudanças e mistérios sobre o homem, amigos mostraram-se baluartes em sua vida. Passados mais de 50 anos, o então jovem aprendeu: O tempo passa. A vida acontece. A distância separa. As crianças crescem. Os empregos vêm e vão. O amor perde a intensidade. As pessoas não fazem o que deveriam fazer. O coração se rompe. Os pais morrem. Os colegas esquecem-se dos favores. As carreiras terminam...  Mas os verdadeiros amigos estarão sempre presentes, não importando quanto tempo e quantos quilômetros haja entre vocês. Afinal, um amigo nunca está mais distante do que o alcance de uma necessidade, torcendo por você, intervindo em seu favor e esperando por você de braços abertos, abençoando sua vida! Quando iniciamos esta aventura chamada vida, não sabemos o quanto precisaremos uns dos outros! Enfim, cultivem amizades de infância! Como razão para concluir esse breve culto às amizades sinceras, não posso finalizar senão com as eternas palavras do velho delegado de polícia e cronista gaúcho, Paulo Sant`Ana, equivocadamente atribuídas a Vinícius de Morais: ´Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! A alguns deles não procuro, basta saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida... mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não o declare e não os procure´. (*) Delegado de Polícia Federal e Professor da Academia Nacional de Polícia

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