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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 26 de abril de 2024
 

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Mensagem: Modo mineiro de politicar Manoel Hygino - Hoje em Dia No exercício de cargos na administração pública de Belo Horizonte ou do estado, tive contatos com inúmeros cidadãos que faziam política (muito mais pura, antes). Não é meu tema preferido, mas acompanho os fatos com o interesse que todo brasileiro deve ter com o que nos pertence: res publica. Dizem que mineiro é eminentemente político e realmente, nesta arte, muito especial. Foi pensando nisso que me lembrei de João Valle Maurício, que atuou nesse campo em nossa cidade natal e no norte de Minas, enquanto se dedicava também à medicina – profissão escolhida para exercer, acima de tudo. Meteu-se na política municipal e estadual, foi secretário de Saúde de Minas Gerais, período durante o qual manteve seu jeito alegre e comunicativo de atuar. Mauricinho, seu apelidado, gostava de ser o que era e de fazer o que fazia, ao lado da esposa, Milene, escritora como ele, filha de ex-prefeito. Um por genial. Quando publicou um de seus numerosos livros, João Valle Maurício, da Academia Mineira de Letras, incluiu nele crônicas sobre política e políticos. Assim, começou um dos capítulos: “Mineiro gosta muito de política. Gosta também de emprego público, de requeijão, de molho pardo, tutu com torresmo, de pitar bem devagar, de tomar cafezinho adoçado com rapadura, ainda fumaçando, bem de madrugadinha, na beira do fogão”. E tem outras preferências: gosta de contar histórias da família, de fazer visita a gente doente, de devoção, de usar patuá, de queixar doença, de fazer de conta que não quer, mesmo quando quer demais. “de tudo isso e m ais um tanto de coisa, mineiro gosta, porém, eu acho, que gosta mais é de politicar. Esse querer bem já vem de muito longe”. Assim sendo, a mineiridade tem fama de mineirice, isto é, matreirice e esperteza. Mineiro de tradição não aprecia espiar e brincar, vislumbrando as altaneiras montanhas e os vales verdejantes. Assim goza o bom bucolismo, espalhado e teimoso, nas queridas cidades pequenas, perdidas nas gerais. No dedilhar de canoras violas, nas suaves cantigas de Reis, nas chorosas serenatas de puro amor, nossa gente se apaixonou, perdidamente, pela boa política. A relação dos aqui nascidos e que a praticaram é uma galeria com estupendos valores. Gente da melhor qualidade e capacidade, todos bem acordados para as fabulações políticas, coisa eu é bem difícil. O avô do escritor-secretário de estado ensinava: “Política é que nem carta de baralho, tem que ser pensada e misturada, mesmo assim, às vezes, engana a gente”. Outras recomendações: “Pé ligeiro e boca fechada. O fuxico, o mexerico e o cochicho ao pé do ouvido são armas poderosas. Acho que mestre Maquiavel teria muito a aprender com o nosso sertanejo de chapéu de couro, com suas artimanhas eleitorais”, mas sem traições e roubalheiras. Em resumo: “Politicar é um jogo. É uma doença que pega e não larga. As cidades, quase sempre mesmo as muito pequeninas, eram divididas entre dois partidos. Os grupos entravam e permaneciam em estado de beligerância sem tréguas. Eram adversários irreconciliáveis, a grande maioria nem mesmo sabia o motivo de tão radical posicionamento”.

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