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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 17 de maio de 2024
 

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Mensagem: LEMBRANÇAS DE UMA PROFESSORINHA DO INTERIOR O Colégio Tiradentes completou, no ano passado, o seu jubileu de ouro e comemorou em alto estilo estes seus cinquenta anos com festividades que duraram uma semana. Aquela semana me remeteu a um passado muito feliz, quando o então comandante do décimo Batalhão, Coronel Georgino Jorge de Souza, fundou-o em Montes Claros, sendo sua sede no prédio da Rua Camilo Prates, onde funcionou, num passado mais remoto, a cadeia pública e o fórum. Depois que o Coronel Georgino deixou a direção por sua própria vontade, entrou para a diretoria o Padre Agostinho João Beckhauser. que foi um excelente diretor. Rigoroso, porém amado por todos, Ali eu lecionava inglês. O corpo docente era formado, quase em sua totalidade, por jovens, como eu, na flor de seus vinte anos, todos fazendo faculdade: Eustáquio Machado, Regina Peres, Lázaro Francisco Sena, Takaki, Padre Janjão, Padre Alencar, Lúcia Teixeira de Souza, Lídia Teixeira de Souza, João Walter Godoy Maia, Antônio Moreira Neto, Castro, Dalva Rocha, Padre Murta, Wilhem Krupp (esses dois já mais velhos...), e, talvez, outros tantos que me fogem à memória no momento. Na secretaria, o saudoso sargento Agnaldo e seu ajudante, o cabo Toninho. Era para lá que nos dirigíamos, ao chegar, para um ligeiro bate-papo a fim de sabermos as novidades, pegar as cadernetas e assinar o ponto. Apesar de bem jovem, já era professora há algum tempo e introduzi metodologia nova, trabalhando em grupos e ensinando músicas para meus alunos. Isto deixava o Padre Agostinho “cabreiro”, estranhando aquela maneira diferente de dar aula e, a princípio, ficou algum tempo a vigiar-me. Quando reparou, porém, que eu tinha manejo de classe, conseguia manter a disciplina e a garotada estava aprendendo, por fim, sossegou e saiu da porta de minha sala de aula. Foi um tempo maravilhoso e lembro-me dele, dos colegas e dos alunos com imensa saudade. Era gostoso trabalhar ali. Eu morava bem perto, na Rua Dom João Pimenta, quase esquina com o colégio. Era praticamente atravessar a rua e lá estava. Jamais me esqueço de alunos brilhantes que tive ali. Recordo-me, inclusive, de seus nomes: Geraldo Corrêa Machado Filho, Ernesto Machado, Armênio Graça, João Ricardo Colares (este faleceu, na ocasião, em um triste acidente de fim de semana, abatendo todo o colégio...), João Duarte (hoje, físico nuclear na Alemanha), Marta Verônica Vasconcelos, Raquel Veloso Mendonça, Fátima Turano, Fátima Rabelo, Fátima Pinto e tantos outros. A morte do aluno tão querido e admirado, João Ricardo, com apenas onze anos, foi a nota mais triste da minha juventude. Demorei a recuperar-me do golpe. Como fazia faculdade nesta época, era uma correria danada, pois, além do Tiradentes, dava aula no Instituto Norte Mineiro de Educação, Colégio Imaculada e no Yázigi de então, do qual era também diretora. Dava aulas de Inglês ainda para médicos e engenheiros da Rede Ferroviária Federal. Foram quatro anos de muita luta e muito estudo, mas, se pudesse voltar atrás, faria tudo de novo. Hoje, quando vejo os professores reclamarem tanto da profissão, sem dúvida mal remunerada e não-respeitada, apiedo-me deles, pois a mim o magistério me deu muitas alegrias e sempre o exerci com satisfação e realização. Não sei se pela idade ou pelos tempos que eram bem diferentes de hoje, a vida me parecia bem mais leve. Como professores, não tínhamos problemas de disciplina, pois os alunos eram respeitosos e a figura do mestre era quase que venerada. O aluno estava na escola para aprender. Bem, todo este passado voltou lembrando-me da belíssima semana do jubileu do Colégio Tiradentes em Montes Claros, uma instituição que, ainda hoje, talvez por sua rígida disciplina e seu ensino de excelente qualidade, consegue formar alunos bem preparados e profissionais de sucesso. Maria Luiza Silveira Teles (membro da Academia Montesclarense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros)

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