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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 18 de abril de 2024
 

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Mensagem: A outra versão da Coluna Manoel Hygino - Hoje em Dia Fatos e publicações levam à conclusão da necessidade de um reexame da história do movimento militar-revolucionário que recebeu o nome de Coluna Prestes, e que, parece-me, não teve o tratamento isento que merece. Seria oportuno, aliás, um volver de olhos ao passado, às posições e gestão do presidente Artur Bernardes, mineiro de Viçosa e uma das personalidades mais polêmicas da República. Em verdade, tudo começou em 5 de julho de 1924, em São Paulo, quando tropas do Exército e parte da Polícia sediada na capital levantaram-se contra o presidente do Estado, Artur Bernardes, chefe na nação. Apoderaram-se dos pontos-chaves da cidade, e o presidente do Estado fugiu, após alguns dias da resistência. Iniciou-se uma verdadeira ação de guerrilha contra Bernardes, que exercia o poder em estado de sítio. Não se tratava de movimento comunista, até porque Luís Carlos Prestes somente se declararia como tal em 1930. O 5 de Julho, como lembrou o historiador Hélio Silva, foi liderado em São Paulo pelo general Isidoro Dias Lopes, que comandou a 1ª Divisão Revolucionária a partir daí, recebendo o apoio de Prestes, que se rebelara no Rio Grande do Sul. A marcha foi definida mais tarde por técnicos militares norte-americanos como resultante de uma estratégia de guerrilha pioneira no mundo moderno. Ainda Hélio Silva observa que, somente depois, os comunistas reivindicaram a liderança desta mobilização nacional, dentro da qual surgiu a imagem que se tornaria lendária, do “Cavaleiro da Esperança”. A passagem da Divisão Revolucionária por Goiás, por exemplo, foi das mais dolorosas para a região e seus habitantes, como Sílvio do Rosário Curado Fleury descreve em “Goiás Anos 20 - Patriotas e Revoltosos”. Escritor e médico em Corumbá, que serviu também na Santa Casa de Belo Horizonte, onde recebeu a Medalha Hugo Werneck. Sua contribuição à história daquele tempo, eventos e personagens não foi ainda avaliada como necessário e ajudará ao conhecimento pleno e imparcial dos acontecimentos. Sílvio Fleury narra em detalhes a ação da Divisão Revolucionária por extensas regiões. Afirma que a passagem do grupo por terras goianas inaugurou um período de sofrimentos e prejuízos para a população. A gente invasora arrebanhava animais de transporte e somente os abandonavam mortos ou inutilizados pelo seccionamento do tendão de uma ou das duas patas dianteiras, obrigando-os a se deslocar aos saltos até a extenuação. O comércio e estabelecimentos praticamente desapareceram. Os roceiros procuravam refúgio nas matas e locais de difícil acesso. Quando caíam nas mãos dos revoltosos, eram presos, ameaçados, espancados, chicoteados e submetidos a vexames para darem informações sobre a região. Muitos foram coagidos a acompanhar os rebeldes em suas marchas e abandonados sem montarias em lugares inóspitos. Mulheres tiveram as orelhas rasgadas para lhes roubar os brincos e cortados os pescoços para arrancar-lhe brutalmente os colares. Estupros foram frequentes, ficando numerosos fatos desconhecidos porque as vítimas e familiares se sentiam humilhados. O livro em questão, assim, relata o outro lado da epopeia da marcha dos jovens oficiais pelo interior brasileiro, história que se vai mitificando pela versão oficial (?). Para julgar, é preciso ser pleno e imparcial. “Goiás Anos 20” contribui substancialmente para esse objetivo.

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