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montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 8 de maio de 2024
 

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Mensagem: INGESTÃO DE CRISE O governador Pimentel deve estar tomando antiácidos até agora, depois do recente episódio do uso de helicóptero do governo para resgatar filho em balneário de luxo, nas margens do lago de Furnas. O fato, registrado por câmeras de celulares e postado nas redes sociais, descerrou uma crise entre governo e parte da sociedade. Jovem é jovem; festa é festa, ainda mais de réveillon, mas estamos falando de um acontecimento envolvendo um governador de Estado, que usou um bem público para um objetivo privado. Em tempos bicudos, um ato desses pode ser entendido como um descalabro, embora a maioria ofendida desconheça o significado da palavra. Para momentos inesperados, geradores de crises inesperadas, existem estratégias de administração – e especialistas no assunto. E do jeito que o governo tratou o problema, ele será lembrado como um “case” desastroso de gestão de crise. Tudo que se podia fazer de errado foi feito. Em vez do governador ser orientado a dizer que se tratou de um caso de urgência familiar – e ponto final —, preferiu a falácia oficial de que fora ao balneário luxuoso para almoçar com um bando de jovens que viraram a noite celebrando o ano novo que, certamente, tinham planos para tudo naquele dia, menos almoçar com um governador de Estado, que aliás, tinha agenda cheia, com participação em posses e em coquetéis em homenagens a prefeitos eleitos. Em vez do governador dialogar com a sociedade, preferiu a imposição justificada por decretos que autorizam o uso de helicóptero em situações especiais, como se algum decreto explicasse aos mineiros porque eles deveriam pagar a conta. Em vez de tomar para si o problema “de pai que agiu em momento de extrema preocupação com o filho”, transferiu sua defesa a um deputado que achou mais cristão acusar um ex-governador de ter feito o mesmo, daí a repetição do gesto, como se um erro justificasse o outro, e os mineiros, por favor: paguem logo essa conta! Em vez de pedir desculpas pelo “gesto desorientado de pai zeloso”, preferiu processar quem o acusa de ter feito mau uso de bem público. Verdadeiras histórias sem pé nem cabeça. E dar pés e cabeça a uma história para que ela vire aceitável é o que fazem os estrategistas de crise, quando esta não pode ser escondida da mídia. Eu, que já acompanhei mineradora assumir culpa, pedir desculpas e pagar pelo erro involuntário (e que hoje ninguém mais se lembra do assunto); eu que já ajudei empresário preso e condenado a não ser devorado pela mídia, entre outros trabalhos, só posso dizer uma coisa: do jeito que o episódio foi tratado, ele levará alguns bons anos para ser esquecido. E o curioso é que este é um daqueles casos onde a solução mais simples é a melhor, é a mais elegante, é a mais responsável. Bastava mandar o gabinete militar fazer um levantamento das despesas com a viagem e anunciar em primeiríssimo momento que pagaria pelo gesto impensado. Qual o problema? Dinheiro ressarce qualquer prejuízo material. O Estado não pode receber? Então, que deposite o valor na conta do Servas para que o use em causas sociais. Tenho certeza que o caso seria melhor digerido pela população. O julgamento moral do ato seria atenuado. Todos nós precisamos de uma boa desculpa para nos conformamos com uma situação negativa. Saber dá-la, no momento certo, transforma uma situação ruim em uma oportunidade. Isso é o que a Herestética nos ensina. Pena que o governador não fora orientado a agir assim. Juvenal Cruz Junot é jornalista e publicitário, especialista em Poder Legislativo e Políticas Públicas, e Marketing Político e Eleitoral.

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