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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 27 de setembro de 2024
 

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Mensagem: PLANO DIRETOR PARA O CENTRO

Waldyr Senna Batista

Dos cinco candidatos a prefeito, apenas o eleito, Luiz Tadeu Leite, fez ligeira referência ao centro da cidade em seus programas de rádio e televisão durante a campanha eleitoral. Fez isso ao tratar do problema de trânsito, que vem asfixiando aquela área, quando destacou a necessidade de se criar alternativa capaz de aliviar especialmente a avenida João XXIII.
Equivale a dizer que, até o momento, inexiste projeto definido para o centro da cidade e para o trânsito, e nem seria de imaginar que eles fossem anunciados, prontos e acabados, no curso da campanha eleitoral. Não obstante, pela extrema gravidade da situação que o tema representa, era de se esperar que a ele se desse alguma ênfase e não limitar-se ao trânsito, que todos reconhecem como caótico.
O novo prefeito certamente irá debruçar-se sobre o assunto logo nos primeiros meses de sua administração, pois já não se pode transitar de carro no centro da cidade e, dentro de pouco tempo, será difícil até andar a pé por ali.
Depois que os políticos se deram conta de que o mapa da mina dos votos está nos bairros, onde mora a maioria do eleitorado, a área central de Montes Claros foi relegada ao abandono e, com isso, mergulhou em acelerado processo de deterioração. A idéia era de que, qualquer administração que se atrevesse a realizar obras naquela parte da cidade seria qualificada de elitista e de inimiga dos bairros. Uma maldição que a todos atemoriza.
Ultimamente, até que se fez alguma coisa no centro, a exemplo da reconstrução da praça Doutor Carlos, da restauração da praça Doutor Chaves e da avenida Cel. Prates e da recuperação do quarteirão do povo (rua Simeão Ribeiro). Dessas intervenções, a eliminação dos camelôs da praça Doutor Carlos, na administração do prefeito Jairo Ataíde, foi a mais significativa, pois recuperou para uso da sociedade espaço que envergonhava a cidade.
Mas foram ações pontuais. De há muito, o que se espera para o chamado “centrão” são obras de maior abrangência, como a recuperação de toda a infra-estrutura subterrânea e a substituição total da pavimentação. Não há mais como aceitar meros remendos de má qualidade no asfalto, que se soltam com as primeiras chuvas, revelando buracos cada vez maiores e multiplicados a cada ano, e nem com rede de esgotos dimensionada aquém da necessidade e galerias de águas pluviais praticamente inexistentes.
O centro da cidade carece de uma espécie de plano diretor, aplicável a área demarcada, para ser executado ao longo de diversas administrações. Não se trata de efetuar desapropriações onerosas e nem de promover a correção radical dos defeitos das ruas sinuosas e estreitas e dos quarteirões curtos, que são a marca da cidade. O objetivo deve ser alcançar alguma eficiência na utilização do que aí está, com o mínimo de intervenções. Isso inclui o problema do trânsito, que constitui talvez a prioridade máxima, devido à tendência de agravar-se.
Montes Claros é uma cidade feia, suja e malcuidada, que precisa submeter-se, com urgência, a operação semelhante à que se realizou recentemente em São Paulo, denominada “cidade limpa”. Com a retirada de placas de mau gosto, cartazes apelativos, letreiros inadequados e faixas, além da restauração da pintura de alguns edifícios, foi possível revelar a beleza escondida da capital paulista. Mas, para isso, a prefeitura atuou com rigor. A reeleição do prefeito Gilberto Kassab, um quase desconhecido na política, devem-se, em parte, ao êxito alcançado com esse projeto.
Isso é possível também em Montes Claros. Pois é falso o conceito de que estará condenado ao fracasso o prefeito que voltar suas atenções para o centro da cidade. Uma coisa não elimina a outra. Cabe a ele tão somente atuar com sabedoria, de forma a discernir, nos bairros e no centro, sobre o que seja prioritário para a cidade como um todo.

(Waldyr Senna é o mais antigo e categorizado analista de política em Montes Claros. Durante décadas, assinou a ´Coluna do Secretário´, n ´O Jornal de M. Claros´, publicação antológica que editava na companhia de Oswaldo Antunes. É mestre reverenciado de uma geração de jornalistas mineiros, com vasto conhecimento de política e da história política contemporânea do Brasil).

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