Receba as notícias do montesclaros.com pelo WhatsApp
montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 25 de setembro de 2024
 

Este espaço é para você aprimorar a notícia, completando-a.

Clique aqui para exibir os comentários


 

Os dados aqui preenchidos serão exibidos.
Todos os campos são obrigatórios

Mensagem: JOSIAS IGNACIO DE LOYOLA

Há exatos 70 anos, em 1938, chegou a Montes Claros, vindo de Pedra Azul, por estrada precária, pilotando uma motocicleta e querendo subir na vida, um rapaz de 22 anos. Viajava a serviço da firma Singer Sewing Machine Co., obviamente vendendo máquinas de costura, e mal sabia que aqui encontraria o destino que tanto almejava em seus castelos de jovem sonhador e trabalhador. Josias Ignácio de Loyola, falecido no último 26 de dezembro, aos 92 anos de idade, deve ter sido um dos ´poucos remanescentes da classe de empresários da década de 1940, marcada por grande impulso da atividade comercial, numa ocasião em que se abriram importantes estabelecimentos do comércio atacadista, ocorrendo a modernização de todos os ramos. Josias nasceu, em 1916, na cidade sergipana de Lagarto, da qual muito se orgulhava por ter sido berço de brasileiros ilustres como o político Leandro Maciel, que esteve como candidato a vice-presidente na chapa de Jânio Quadros, e os literatos Tobias Barreto e Sílvio Romero, pertencentes à Academia Brasileira de Letras. Era filho do casal Joaquim Ignácio de Loyola e Maria Ernestina Loyola da Silva, de tradicional tronco nordestino.
Antes de vir para cá, estivera em Ilhéus, na Bahia, onde se casou pela primeira vez, ainda adolescente de 18 anos, com a jovem Guiomar, que pouco depois faleceu. Não teve filho desse casamento juvenil. Em busca do crescimento pessoal, chegou em nossa cidade e sentiu, desde o primeiro momento, que esta era a terra prometida. Primeiramente, caixeirou na firma Loyola & Cia., espreitando a oportunidade para se estabelecer por conta própria, porque confiava num futuro bem próximo de extraordinário desenvolvimento econômico e social da cidade. Cuidou de fundar nova família contraindo segundas núpcias com a senhorita Geralda Prates, da elite montes-clarense, que também teve morte prematura, deixando os filhos Carlos Catão Prates Loyola (in memoriam), bioquímico, e Maria Ernestina Prates Loyola Ruas, professora, casada com Roberto Xavier Ruas. Estabeleceu-se, ainda na década de l940, fundando, em parceria com o concunhado Abel Barroso, o primeiro empreendimento livreiro local, a Livraria e Papelaria Barroso, com seção de brinquedos. Josias tinha gosto e entusiasmo de participar da vida comunitária, tanto que seu nome figura entre os refundadores do Rotary Clube, no ano de 1946. Mais tarde, em idade provecta, perto dos 90 anos, voltou a presidir aquele clube de serviço com o mesmo vigor da mocidade. Ajudou bastante o historiador Hermes de Paula, nos trabalhos de instalação do campestre ´Pentáurea Clube, que adorava freqüentar. Seu maior empreendimento, sem dúvida, foi a fundação do bar e lanchonete A Cristal, no ano de 1959. Este estabelecimento de primeira linha nada ficava a dever a outros congêneres das maiores metrópoles do país, pela excelência do serviço oferecido. Olha que nossa cidade já tivera antes casas da categoria do Minas Bar, do Big Bar, do Soberano e do restaurante de Valério, de cozinha internacional. Dotou Montes Claros da primeira casa de frios e explorou padaria, em Belo Horizonte, no edifício Maletta. Casou-se pela terceira vez com dona Nely Celestino Loyola, que lhe sobrevive. Porque amava viver, dirigiu, dentro da cidade, até os noventa anos, com a carteira de motorista em dia. Ultimamente,limitava-se a uma volta pelo quarteirão onde morava, para matar a saudade do jovem motociclista que foi um dia. Choram sua partida 9 netos, 7 bisnetos e todos os entes queridos. Este é o perfil de um montes-clarense de coração que muito bem merece ser lembrado com uma placa de rua. (Haroldo Lívio)

Preencha os campos abaixo
Seu nome:
E-mail:
Cidade/UF: /
Comentário:

Trocar letras
Digite as letras que aparecem na imagem acima