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montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 25 de setembro de 2024
 

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Mensagem: (Do livro ´Por Cima dos Telhados, Por Baixo dos Arvoredos´ - Parte 68) D E S T I N O S Olhos de javanesa, rasgados e profundos, olhos plenos de mágoa e de tristeza, tendes nalma a angústia da incerteza e o sonho impossível de outros mundos... Vinde olhar-me de perto, vinde olhar-me, vinde olhar-me de perto porque sinto que em vosso olhar pálido de absinto há qualquer coisa para consolar-me. É que ambos sofremos. E o tormento que nos esmaga pela vida inteira é o mesmo que sofre uma roseira cujas flores roubasse-lhe o vento!... M A R I A L U I Z A Eu tenho uma vontade doida de pensar. Sim. Pensar para os homens... Criar doutrinas filantrópicas... Inventar uma fórmula para se ser feliz. Tornar-me o cérebro uma matriz de axiomas... máximas... pensamentos... poupar à humanidade mil tormentos. Eu queria mostrar todo o meu altruísmo escrevendo na vida um catecismo que ensinasse à humanidade inteira a sentir felicidade verdadeira... Eu tenho uma vontade doida de pensar. Mas... Maria Luiza, meu sublime tormento, monopolizou todo o meu pensamento... Com tais numes tutelares, Hermenegildo Chaves e Geraldo Freire, possa eu não desmerecer demais a cadeira 19 enquanto a ocupar. É possível que Deus me tenha abençoado com algum pendor literário, mas se tal aconteceu, a vida, a dura vida de quem muito luta, nos leva para onde ela quer e não para onde nós queremos ir. Por isso, hoje escrevo mais com os algarismos do que com o alfabeto. Mas se alguma contribuição puder eu oferecer a esta casa da cultura, haverá ela de ter sempre a marca do entusiasmo e da boa vontade. Ao intelectual cabe hoje, mais do que em qualquer tempo, enorme responsabilidade diante do panorama do mundo. Robert Heilbroner, na abertura de seu livro mais recente, em que debate as perspectivas de sobrevivência da humanidade, pergunta se há esperanças para o futuro do homem. Com efeito, o horizonte da humanidade se apresenta eriçado de incertezas. O Instituto Hudson, apontando as “Crises Tecnológicas de 1985”, embora dentro de um enfoque otimista, identificou cerca de 70 problemas, alguns dos quais admite que dificilmente serão solucionados. A humanidade entrou em uma área crítica. Problemas de natureza vária, acumulados através do tempo ou aflorados em razão da própria forma de evolução que escolhemos, passam a crescer em periculosidade. Podemos tomar como exemplo o evidente fracasso da atual geração de meia idade em transmitir seus valores morais a seus filhos. Em conseqüência prolifera a generalizada contestação aos costumes em que se apóia a sociedade, expande-se o uso de drogas pela juventude, espanta-nos a inconvencionalidade desafiadora das roupas, alastra-se a permissividade sexual. Outro problema é a generalização da violência. Violência contra a pessoa humana e contra a propriedade particular e pública. São os atentados à bomba e o aumento da criminalidade em geral. São os seqüestros, hoje comuns, em escala mundial, atingindo pessoas isoladamente ou grupos de pessoas, como ocorreu recentemente, quando foram seqüestrados todos os participantes de uma Conferência sobre petróleo. São os assaltos a mão armada, a bancos, a casas comerciais, a casais, a pessoas isoladas, inclusive nas vias públicas, à luz do dia. E o que é pior, as estatísticas demonstram que as atividades criminosas estão se revelando lucrativas, pois os marginais além de usarem o elemento surpresa, apresentam-se melhor armados do que as forças de repressão. E infelizmente a impunidade tem sido a regra. O desenvolvimento tecnológico, que é a grande conquista dos tempos modernos, já passa a ser apontado como uma utopia no sentido de proporcionar o bem social, eis que o homem de hoje, que é três, ou cinco, ou dez vezes melhor aquinhoado em facilidades de vida, com invenções que lhe trazem mais lazer, comodidades e bem-estar, não é, como deveria ser, três, cinco ou dez vezes mais feliz do que o foram nossos avós. E ainda que o desenvolvimento não estivesse condenado a ser contido pela crise energética que se avizinha e pela própria exaustão dos recursos naturais, e ainda que ele se constituísse na resposta às expectativas de melhoria de vida da humanidade, há uma conseqüência colateral, do desenvolvimento, para a qual o mundo inteiro tem hoje as atenções voltadas, que é a destruição das condições naturais de vida, pelos abusos cometidos contra o meio-ambiente, ou seja o colapso ecológico do mundo. (continuará, nos próximos dias, até a publicação de todo o livro, que acaba de ser lançado em edição artesanal de apenas 10 volumes. As partes já publicadas podem ser lidas na seção Colunistas - Luiz de Paula)

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