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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 24 de setembro de 2024
 

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Mensagem: Zuba nas Malvinas
Manoel Hygino - Jornal Hoje em Dia

O Automóvel Clube de Montes Claros foi construído onde outrora funcionou o Instituto Norte-Mineiro de Educação, na Praça João Alves, e lá estudei. Grande saudade.
O logradouro foi local do famoso tiroteio de 6 de fevereiro de 1930, uma “emboscada de bugres”, como foi classificada por Assis Chateaubriand, e ponto de partida para a revolução.
É uma praça histórica, portanto, com um belo grupo escolar, que formou sucessivas gerações norte-mineiras.
Na Rua João Pimenta, minha mãe passou os últimos e doridos anos de sua vida e faleceu. Lá, pois, concentram-se muitos sentimentos que me ligam àquele pedaço de minha região natal.
No Automóvel Clube, no dia 13 de abril, à noite, será lançado “Malvinas – Crônicas de Guerra”, de Fernando Zuba, numa promoção da Academia Montesclarense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros e da Reitoria da Unimontes, para cujo êxito se empenhou o jornalista Jorge Silveira.
Quem comparecer à noite de autógrafos, irá adquirir um livro de muitas qualidades. De um cidadão que nasceu para ser de imprensa, de jornal, televisão ou de rádio.
Fernando Zuba é um exímio programador visual, e competente redator, como o demonstrou nos jornais a que se vinculou, seja em Montes Claros, seja em Belo Horizonte. No entanto, é eminentemente um repórter que não se diminuiu quando praticamente estava cego, do que se livrou graças à competência de oftalmologistas conceituados, como Rafael Agostini.
Mas não estava o seu mal apenas nos olhos. Problemas de insuficiência renal crônica o obrigaram, e o obrigam, ao tratamento dialítico, a que se submete agora humildemente, porque paciente de qualquer patologia tem de ser humilde.
No princípio, foi difícil. Há pessoas que não se conformam com suas dores e desditas, principalmente quando a pessoa é irrequieta como o autêntico homem de imprensa, no caso o Zuba. Tanto o é que, em meio a suas atribuições das quais se vai desvencilhando na Santa Casa de Belo Horizonte, ainda teve a necessária força de vontade para editar esse livro, que muito deve à colaboração da esposa, Florinha, e filho, Fernando.
Quem se meteria na Guerra das Malvinas, saindo de Belo Horizonte, a partir de Montes Claros, início de carreira, para atravessar o Atlântico, para cobertura de uma emissora de rádio? Só mesmo Zuba. Através de seu primeiro livro, como diz Édison Zenóbio, é “possível conhecer tipos, personagens, histórias e acontecimentos que ficaram submersos na bruma dos tempos. Mais do que um brilhante redator e repórter, Fernando Zuba bem poderia ser seu personagem. Encanto, humor, texto refinado e senso de responsabilidade nunca lhe faltaram. É um verdadeiro contemporâneo de seu tempo.”
Aliás, quem tiver à mão o volume, contatará companheiros de redações que conheceram o autor, com suas brincadeiras, artimanhas, peraltices e truques, que às vezes azucrinavam os menos afeitos a seu tipo de comportamento.
Nas páginas, oportunidade de memorar jornalistas do mais alto conceito e de entranhada amizade, como Décio Gonçalves de Queiroz, do extinto “Diário de Montes Claros”; e ainda Fábio Doyle (meu confrade na Academia Mineira de Letras), Maria Clara Prates, Ivan Drummond, Julieta Petruceli, Gabi Santos, Helena Indi, Eduardo Costa, Carlos Herculano, Morgan da Mota, além de Afonso Paulino, que foi diretor do “Jornal de Minas”, publicitário Arnaldo Ziller e Jorge Silveira, da Codevasf.
Zuba foi um dos poucos jornalistas brasileiros a cobrir a Guerra das Malvinas. O que viu e sentiu está no livro que se editou, e que também merece o elogio de Dídimo Paiva, ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais. Ele diz: “Garanto que as gerações nascidas no tempo daquela guerra poderão ver como é que os donos do mundo tratam as nações periféricas”.
O livro tem meu humilde prefácio, que considerei dispensável.
O trabalho vale por si só.

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