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montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 25 de setembro de 2024
 

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Mensagem: Daqui pra frente tem risco de vida “Daqui pra frente tem risco de vida”, peça de teatro sobre a Conjuração do São Francisco de 1736, destinada a ser encenada, é um trabalho de pesquisa e de criação, de autoria de Marcos Maia, que reabilita para a História o motim dos sertanejos. Trama objetivamente desenvolvida com a presença no texto da preocupação de mostra e não apenas de contar uma história. Os personagens são historicamente reais. Os cenários escritos ou apresentados com pormenores e, nos diálogos, os personagens falam realisticamente. A peça de Marcos Maia, tecnicamente produzida, será sem dúvidas bem recebi Conheço o companheiro Marcos Maia já há algum tempo e, em sendo ele engenheiro, graduado pela Universidade de Itaúna, empresário vitorioso, assustou-me receber dele os originais da peça teatral “Daqui pra frente tem risco de vida”. Ele, professor em Faculdade de Engenharia, está cursando o mestrado em Geografia, na UNIMONTES. Lembrei-me, contudo, que Euclides da Cunha, autor da maior obra da literatura em língua portuguesa no Brasil, era engenheiro e geógrafo. Informou-me ele que decidiu estudar a história do sertão e dar luz aos acontecimentos da revolta social que, acontecida na bacia do rio São Francisco, abafada pela Colônia, não revivida pelo Império, após a independência, nem pela República. Esta fez renascer a Inconfidência Mineira e nela fixou o próprio fundamento histórico da independência. E, por falar em história, cumpre ser lembrado que os positivistas subestimam o rio São Francisco, como lembra Vanessa M. Brasília, ilustre professora do Departamento de História da Uni¬versidade de Brasília, declarando ser ele um rio sem história, porque não tem documentos que a comprovem. A pouco conhecida Conjuração do São Francisco foi o primeiro movimento sedicioso ocorrido no Brasil contra a dominação portuguesa. Pouco se divulgou sobre a Conjuração do São Francisco, quase nada se sabendo sobre a pessoa de Maria da Cruz, de ilustre família da casa da Torre, esposa de Salvador Cardoso de Oliveira, senhora do povoado de Pedras de Baixo, hoje município de Maria da Cruz, desmembrado de Januária, localizado às margens do rio São Francisco que, servindo-me das palavras de Euclides da Cunha, “suportou as agruras daquele rincão”. Revoltados contra os pesados tributos, bem antes da Inconfidência Mineira, os barranqueiros do São Francisco saíram da conspiração silenciosa para a ação militar, em busca talvez não da liberdade administrativa da Colônia, mas do respeito aos seus direitos de cidadania. Relata Diogo de Vasconcelos que na Semana Santa de 1736, em abril, a família Cardoso reuniu-se em Morrinhos, onde foi idealizado o plano de invasão de Vila Rica, então capital da Capitania, para expulsar o governador Martinho de Mendonça. De ser lembrado, por necessário, que eles foram muito além dos inconfidentes. Nas entre os conspiradores não havia cultores das letras que se destacassem, que marcassem presença para as vistas da História. Também não houve mártires, mas a história deve ser lembrada como um marco do passado a exigir o reconhecimento do presente. Sobre a Conjuração do São Francisco, registrada como o Motim do Sertão do São Francisco, revivida por Marcos Maia, aparecem algumas referências pálidas: Carla M. J. Anastásia, em “Vassalos Rebeldes”, Edeílson M. de Azevedo em “Minas Insurgente”, dissertação de mestrado; Maria Verônica Campos em “Governo de mineiros”, tese de doutorado; Irenilda R. B. R. M. Cavalcanti em “O bom governo das Minas sob a ótica de Martinho de Mendonça”; Luciano R. de A. Figueiredo em “Furores sertanejos na América Portuguesa: rebelião e cultura política no sertão do rio São Francisco”; Jonice dos R. P. Morelli em “Escravos e crimes - fragmentos do cotidiano: Montes Claros de Formigas no Século XIX”, dissertação de mestrado. Os sertanejos revoltosos de 1736 levantaram-se corajosamente e se levantam agora nesta obra de Marcos Maia, com as mesmas vozes e diálogos registrados, embora tidos como perdidos, dos personagem que nunca morreram, que vivos se conservaram para dizer: “o sertão não morre”. De sua mãe herdou a coragem de enfrentar a vida, a nunca desistir, a audácia de viver com altivez, formando a sua personalidade. Guardou as tradições familiares e as historias que as pessoas carregam junto de si. Ela, a sua mãe, ensinou-o o valor da educação e do estudo, levando-o a ser perseverante em tudo que faz. Com ela aprendeu a ser alegre, e participativo nas questões comunitárias, a crescer na vida com a única herança que lhe restaria ao final, o curso superior. Com seu pai, pelas estradas da vida, aprendeu o gosto pela observação, pela natureza e pelas paisagens. Com ele, na sua infância, viajou pelas estradas do sertão, conhecendo pessoas e costumes.

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