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montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 25 de setembro de 2024
 

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Mensagem: A FALTA QUE VOCÊ FAZ * Marcelo Eduardo Freitas Mario Sérgio Cortella, professor e filósofo paranaense, escreveu um livro cujo título é bastante simples e sugestivo: Se você não existisse, que falta faria? Acredito que nossas respostas se direcionem para um mesmo rumo: no primeiro momento, o pensamento vai longe. Imaginamos várias coisas que fizemos e muitas outras que deixamos de fazer; e talvez, em um ato de arrogância, nos convencemos da nossa própria importância no espaço que ocupamos. Adiante, entretanto, em um segundo olhar, começamos a duvidar de nós mesmos. Acreditamos que fizemos pouco ou que devíamos ter feito mais. Em um ato, meio que de desespero, nos entristecemos e nos recolhemos a uma insignificância sobre-humana. Será que realmente faço falta? A morte não deve ser um exercício de esquecimento, senão de lembranças e reflexões. Mario Quintana deixou em um de seus cadernos de poesias o epitáfio que gostaria que colocassem em sua lápide: “Eu não estou aqui”! Ele, sujeito sábio que era, quis dizer com isso algo bem simples, a nosso sentir: quando morremos deixamos de existir em nós mesmos para permanecermos nas pessoas que nos conheceram. Passamos a existir no âmago daqueles que nos considerava importante. Assim, quando alguém morre e lembramos de uma frase, de uma comida que gostava, de um momento, de um sorriso, estamos, com isso, revivendo essa pessoa, e fica demonstrado que ela foi importante, que faz falta. Dói! Mas não deixa de ser gostoso, sob os auspiciosos cuidados do amor. O escritor francês Antoine de Saint-Exupéry já dizia que “o que se leva da vida é a vida que se leva”. E em complementação, arrematou Benjamim Disrael: “a vida é muito curta para ser pequena”. Assim, a receita considerada infalível para ser lembrado parece ser simples: não seja inútil! É isso mesmo! Seja o melhor em tudo que fizer! Jamais faça somente o possível! Seja supremo em tudo na vida! Estar vivo já é uma vitória! A mediocridade consiste em uma sutil diferença entre fazer o possível e fazer o seu melhor. É medíocre, assim, aquele que podendo fazer o seu melhor, faz apenas o que lhe era possível. Trago aqui, como exemplo, filho de professor que sou, o educador de uma escola de comunidade carente. Basicamente, são dois os tipos existentes: (1) aquele professor que já sai de casa resmungando, queixa-se de tudo e medianamente dá sua aula diária, sempre cansado, estressado, se sentindo sempre desvalorizado. Em contraposição, (2) há aquele professor-anjo, que todos os dias chega na escola com uma aula diferente, conhece seus alunos, procura ajudar na educação daquelas crianças que muitas vezes não têm o que comer, decora a sua sala de aula com flores e gravuras de papel cortados artesanalmente, sorri sempre, abraça seu aluno, transmite o que há de mais sublime nessa profissão: a confiança e o amor. Esse professor, diferente do primeiro, mesmo sabendo do pouco que recebe e do cansaço que é o seu trabalho, faz com capricho. Faz o melhor na condição que tem, enquanto não tem condições para fazer melhor ainda. E isso é o seu maior diferencial. Ele vai ser o professor lembrado, será sempre uma doce recordação, e mesmo morrendo, sempre será revivido por muitos e por muito tempo. Este vai fazer falta! Não sentiremos sua omissão! Apenas sua ausência! Caro leitor, viver é não se contentar com o possível, é fazer o seu melhor! Albert Shweitzer nos faz refletir quando diz que “a tragédia não é quando um homem morre, mas o que morre dentro dele enquanto está vivo”. Ao vivermos de modo medíocre, como se estivéssemos vivendo em stand by, esperando sempre por algo novo, ou por alguém que vai mudar a nossa vida, vamos perdendo o que há de melhor nela. A vida, assim, vai se tornando preto e branco, insípida, sem qualquer graça ou emoção. Sempre há aqueles que não puderam quando deviam. Isto porque não fizeram quando podiam... E a vida simplesmente passa. Viver, meus amigos, é fazer o seu melhor e jamais contentar com o possível. Isso vale para a vida pessoal, para os estudos, o trabalho, as nossas amizades, nossos compromissos, nossa religiosidade e fé. Enfim, como nos ensina Madre Tereza de Calcutá: ´O que importa é quanto amor colocamos no trabalho que fazemos, seja ele pequeno ou grande´. Em conclusão, revigoro aqui o poeta Mario Quintana: “Existe apenas uma idade para sermos felizes, apenas uma época da vida de cada pessoa em que é possível sonhar, fazer planos e ter energia suficiente para os realizar, apesar de todas as dificuldades e todos os obstáculos. Uma só idade para nos encantarmos com a vida, para vivermos apaixonadamente e aproveitarmos tudo, com toda a intensidade, sem medo nem culpa de sentir prazer. Fase dourada em que podemos criar e recriar a vida, a nossa própria imagem e semelhança, vestirmo-nos de todas as cores, experimentar todos os sabores e entregarmo-nos a todos os amores, sem preconceitos nem pudor. Tempo de entusiasmo e coragem, em que toda a disposição de tentar algo de novo e de novo quantas vezes for preciso. Essa idade tão fugaz na nossa vida chama-se presente e tem a duração do instante que passa...”. E já passou! (*) Delegado de Polícia Federal e Professor da Academia Nacional de Polícia

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