Josué, filho de José Alencar e dono da Coteminas, distribui nota sobre seu afastamento da presidência da Fiesp: "Não será uma assembleia clandestina, que sequer tinha itens para deliberar, que colocará nossa entidade em ..."
Sábado 21/01/23 - 7h27Disse ser “clandestina” a assembleia que votou por sua destituição do comando da maior entidade das indústrias brasileiras.
Segunda-feira (16), sindicatos votaram para afastar Josué, filho de José Alencar, que foi o vice-presidente nos dois primeiros mandatos de Lula.
Aliados seus chamaram a votação de “golpe”, e disseram que tudo foi articulado por seu antecessor, Paulo Skaf, que ficou 17 anos no cargo.
Ontem, funcionários da Fiesp receberam e-mail assinado pelo segundo diretor-secretário, Ronaldo Koloszuk Rodrigues, afirmando que Elias Miguel Haddad, o vice-presidente mais velho da Fiesp, havia assumido a presidência.
Josué afirmou ter recebido a informação com “absoluta surpresa”, e reafirmou estar legalmente no comando da Fiesp.
Mencionou que os responsáveis “sofrerão consequências administrativas, trabalhistas e eventualmente em outras esferas”.
A íntegra da nota de Josué é a seguinte"
“Prezados senhores,
Com absoluta surpresa recebi de alguns de nossos colaboradores e diretores a informação de que teria sido dada posse ao diretor Elias Miguel Haddad como Presidente da Entidade, tudo isso em continuidade ao escuso propósito de destituir um Presidente regularmente eleito e com mandato em curso e que até agora, frise-se, não se submeteu a uma acusação formal e específica em Assembleia regularmente convocada para este fim, nos termos estatutários.
Tal atitude, isolada, desproporcional, irresponsável, acaba por provocar riscos econômicos, jurídicos e trabalhistas em nossa entidade, o que deve ser formal e veementemente coibido, o que faço desde já nesta notificação, tornando sem efeito toda e qualquer deliberação tomada em minha ausência.
O Estatuto da FIESP é o nosso norte e deverá ser ele fielmente cumprido, lembrando que esta bússola cria causas e condições para cassação de mandato de um diretor eleito.
Enquanto isto não for realizado segundo as regras estatutárias, cumprirei minhas obrigações legais e estatutárias junto a nossa entidade, prevenindo riscos e coibindo ilegalidades.
Não será uma assembleia clandestina, que sequer tinha itens para deliberar, que colocará nossa entidade em riscos econômicos, jurídicos e de credibilidade.
Comunico, portanto, que nenhum ato, incluindo eventual e abusiva demissão de funcionários, está autorizado por esta Presidência.
Advirto, outrossim, que os responsáveis sofrerão consequências administrativas, trabalhistas e eventualmente em outras esferas, servindo a presente notificação para ciência inequivoca da ilegalidade dos atos praticados nesta tarde, que comprovam a desabrida reiteração de atos ilícitos e a ambição de a qualquer modo ocupar indevidamente a Presidência.”