Jornal publica que neto de José Sarney recebeu salário de 7.600 reais no Senado, durante 18 meses

O jornal “O Estado de São Paulo” diz hoje que, “por um ano e oito meses, João Fernando Michels Gonçalves Sarney ocupou formalmente um dos postos mais altos da estrutura funcional do Senado”. O neto do presidente do Senado e ex-presidente da República, José Sarney, “foi secretário parlamentar, função que dá direito a salário mensal de 7.600 reais”. "Sou neto do senador Sarney, meu pai é o Fernando", disse João, de 22 anos, ao jornal. Ele se referia a Fernando José Macieira Sarney, filho mais velho de Sarney. O jornal conta que “o rapaz foi nomeado assessor do Senado em 1º de fevereiro de 2007”. O jornal acrescenta: “João deveria trabalhar no gabinete do senador Epitácio Cafeteira, do PTB do Maranhão, terra dos Sarney. Esteve lotado no Senado até 3 de outubro do ano passado, quando um novo ato secreto, também assinado por Gazineo, formalizou sua saída”. Perguntado sobre suas atividades no gabinete, João Fernando respondeu que "fazia de tudo um pouco". Uma funcionária do gabinete de Cafeteira disse não conhecer nenhum João Fernando que tenha trabalhado ali. A saída do neto de Sarney coincide com a crise instalada no Senado após o Supremo Tribunal Federal proibir a contratação de parentes nos três Poderes. Sarney negou hoje que a nomeação de seu neto tenha ocorrido por meio de boletim administrativo secreto. O presidente do Senado prometeu acabar com as nomeações em boletins suplementares.