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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 22 de setembro de 2024
 

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Mensagem: “Esta crônica é uma homenagem às reminiscências de Virgínia de Paula. Uma flor colhida nos Jardins Suspensos de Yemanjá”.

FOOTING

Já findando o Romantismo dos anos 50, o footing dos Montes Claros era na exótica rua Quinze, hoje Presidente Vargas. Tempos de Getulismo, de ouvir a novela Direito de Nascer, do Repórter Esso, das revistas Cruzeiro e Capricho, de fitas com Rock Lane e de assistir Mundinho Atleta discursar da pérgula de Ramos e Cia.
Moças usavam a fragrância de Chashemere Bouquet.
Nos anos 60, o footing mudou para a Praça Coronel Ribeiro. Rapazes circundavam pela direita, moças pela esquerda do logradouro. A praça foi apelidada de quem me quer e a Praça da Matriz de já te achei. Na Matriz os casais constituídos namoravam.
Aconteciam esbarrões, bilhetinhos, recados mandados, pequenas flores, drops, pastilhas Valda, bala Toffe.
Elas bebiam guaraná com canudo de palha na Montanhesa e os rapazes, Coca Cola no bar do Nelson Vilas Boas. Elas usavam saia, anágua, blusa buclê, banlon, diadema na cabeça. Eles, calça Roebuck, camisas Prist, sapatos Clark, cabelos cheios, isqueiros Ronsons e cigarro Capri.
A rapaziada que mais se destacava no circuito contava, entre outros, Márcio Nilo, Agnaldo Drummond, Waldyr Aguiar, Osmar e Takaki, esses últimos com suas calças de nycron e suas Lambretas italianas e Vespas, compradas na loja Ramos e Cia.
As moças mais bonitas e charmosas do circuito eram a Zione Drummond, Tetê Santa Maria, e Marly Alcântara. Algumas moças tomavam Postafen para aumentar o bumbum e passavam azul metileno no cabelo. Ficava uma cor preto-azulada.
Zione, trajando vestido tubinho, assim como outras meninas da sociedade, promoviam animadas horas dançantes em suas casas após o footing. A radiola de baquelita tocava Long-play de acetato: João Gilberto acompanhado pelo violão de Baden. Twist, Hully-Gully, Beatles, rock and rol, Papa Hum Mau Mau, e os apaixonados curtiam a voz de Nat King Cole.
Os românticos dançavam ao som do conjunto de Ray Coniffe, tocando La Paloma. A rapaziada tomava ponche! A moda era assistir os jogos de futebol de salão no MCTC. As moças aplaudiam o time dos “bem lançados” da sociedade.
Roberto Carlos cantava Rosa Rosinha e Calhambeque, a moçada prafrentex comprava jeans Lee e Roebucks no Armarinho Jabbur, roupas masculinas formais na Itália Modas e as meninas elegantes vestiam-se com a moda da Geraldino Boutique.
Bebia-se Martini Dry, Cinzano Rossi, Cuba Libre, Hi fi, vodka Smirnof, gim tônica, acompanhados com tira-gosto de canapés.
Virginia de Paula esbanjava charme e sex appeal, com seu maiô elanca da Catalina, nas picinadas na Chacrinha dos Abreu e Paula. Comia-se baião de dois no Mangueirão, tomava-se Vaca Preta e Vaca amarela no Cambuí, dançavam-se na Juventude em Brasa do AC, nas horas dançantes do Clube Montes Claros, da boate da Praça de Esportes além dos clubes volantes e na festa junina das Quebradas de Pedro Veloso.
Já havia a festa de São Pedro no Pentáurea, com a contemplação das chamas da fogueira gigante, estilo Celta, armadas por Zé Cocá. Comia-se uma lauta farofa de carne de porco acompanhada de uma salutar Viriatinha.
Gerinha Portuguêsa perturbava a tranqüilidade do centro da cidade com sua galera até que a turma de Gera Moleque desceu o morro e botou fim na presepada. Foi o maior côro da história montes-clarense.

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