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Mensagem: INFÂNCIA LUIZ DE PAULA Fiz arapucas para apanhar codornas. Fiz visgo de cozimento de leite de gameleira para pegar canários. Furei colméias de abelhas nativas. Recolhi filhotes de periquitos, jandaias e papagaios nos ninhos em ôcos de paus, onde às vezes as cobras chegavam antes de mim. Nadei, remei, pesquei, cacei com bodoques de pau pereira. Matei a sede e enganei a fome com mastigo de folhas mansas do campo. Vivi a infância segundo as leis do mato. Era o modo comum de viver nos primeiros tempos do pequeno povoado.EU ERA PARTE DA NATUREZA Eu vivia com a natureza. Participava, acompanhava o que ocorria no tempo. Caminhar, correr, não eram considerados exercícios. Era o ritmo da natureza, sem idéia de esforço, sem cansaço. Como elemento natural, assim como uma árvore cujas folhas caem no outono e reverdecem na primavera, eu crescia no período das águas, que trazia a abundância de frutas. Em maio e junho, meses do frio, sofria dores de dentes. Em agosto começavam os carrapatos, redoleiros’ e bichos de pé. Nas águas a gente andava na lama e nas enxurradas. Era o tempo das frieiras entre os dedos dos pés. Doíam, sangravam. Tratava-se com creolina. De uso veterinário. Vinham as dores de barriga e as brotoejas na safra das mangas. E mais dores de dentes, por causa dos resfriados, com tosse e nariz escorrendo. A vida da gente era um folclore.
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