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Mensagem: FELIZES LEMBRANÇAS<br><br><br>Eu não sei onde mora a felicidade. <br>Se soubesse, eu estaria na frente da casa dela, agora, batendo freneticamente na porta e já teria – ah! Isso teria! - com o maior prazer, avisado pra muita gente ir se encontrar comigo lá. <br>Confesso que, até para uma meia dúzia de alguns poucos, quase um “tantin assim destamanin”- por alguma lágrima que saiu e já se perdeu na poeira graças a Deus – eu daria errado o número da casa. <br>Mas, enquanto isso, vou fazendo o que posso e, pelo menos, posso compartilhar alegria, orgulho e emoção com meus concidadãos, aqui e agora.<br>Causas e efeitos de um velho e maravilhoso livro, que reli há pouco.<br>Para dizer como Montes Claros era, e como os políticos faziam política para melhorar a vida do povo. Com muita classe.<br>E o povo reconhecia isso. <br>Quem sabe você, político da atualidade, seja o novo, o mais ou menos ou o velho, há de se mirar neste exemplo?<br>Ainda há tempo.<br>______________________________<br>Nas palavras do grande Nelson Vianna, um fato acontecido há oitenta e um anos passados:<br> <br><br>“Veio afinal o dia máximo de Montes Claros: o primeiro de setembro de 1926.<br><br>Na chegada do comboio, a cidade conheceu os primeiros cordões de isolamento, para que pudessem desembarcar o ministro e sua comitiva.<br>À noite, realiza-se o grande banquete no vasto armazém, então ainda inacabado. Ouve-se a esplêndida banda de música. É o ministro que chega com a sua comitiva. Acercam-se os convidados. Assentam-se. A mesa, magnificamente ornamentada, deslumbra.<br>Quando Francisco Sá se levanta para falar, corre um frisson pela assistência em ansiosa expectativa.<br>- “Existem prazeres na vida que, de tão intensos, costumam ser dolorosos...”.<br>Em palavras transbordantes de carinho, faz a descrição da chegada a Montes Claros, do momento preciso em que, ainda de longe, se avista a pequenina igreja do alto dos Morrinhos – “... a capelinha branca, atalaia avançada dos povoados cristãos”, produzindo um verdadeiro êxtase para os ouvintes que parecem ter perdido de vez a respiração.<br>Penetra em seguida no objetivo principal do discurso, estampando o promissor futuro que está reservado ao seu – ao nosso querido Norte de Minas.<br>Percebemos então que aquele gigante da palavra é a fonte de misteriosa emotividade comunicativa que domina por completa a assistência.<br>Estamos todos como que fascinados pela palavra fácil e arrebatadora do maior tribuno que até então havíamos ouvido e que arroja agora, sobre nós, um maravilhoso “fogo de barragem” em rajadas de eloqüência, tecido de imagens tão belas que nos deixam arrasados de emoção.<br>Em meio aquele grande encantamento, porém, qualquer motivo estranho chama a nossa atenção. Voltamo-nos para o culto baiano Urbino Vianna, autor da bela Monografia de Montes Claros - e vemos, espantados, que as lágrimas lhe descem em torrentes pelas faces. E ele, embaraçado, a enxugá-las, procura desculpar-se:<br><br>- Perdoem-me, meus amigos, mas vocês precisam compreender... Eu nunca ouvi nada mais lindo, em toda a minha vida... Eu não agüento, eu não suporto isso...<br>E, com a sua conhecida “falta de costumes”, levantando o braço em plena mesa do banquete e apontando em direção ao ministro, tem uma única frase que só sós, os seus amigos, saberíamos interpretar:<br>- Aquele homem é um monstro...<br>Preso de violenta emoção, nada mais pôde dizer. <br>E procurava enxugar as lágrimas que pareciam cair mais e mais... ”<br><br>(texto extraído do livro “Foiceiros e Vaqueiros”)<br><br>Abraços a todos.<br><br><br>Flavio Pinto<br>
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