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Mensagem: CABECEIRAS E BOBONAS DE CLORO. Junho 1980. Tico Lopes e Dáço Cabeludo após uma memorável farra pelas noites montes-clarenses aparecem no Bar Cristal para rebater a ressaca as oito da matina. Dáço, insiste em se sentarem nas mesas externas e Tico resiste, alegando que ficariam expostos aos comentários dos passantes, já que era um dia útil e não era comum a presença de embriagados naquelas mesas no calçadão. Dáço contra atacava alegando que iram beber até cair de costas para poder escandalizar os certinhos que passavam por ali rumo ao trabalho. Logo em seguida, chega um conhecido e troca dois dedos de prosa com o Dáço Cabeludo: Sabe quem morreu ontem Dáço? Diga logo quem é o sortudo defunto! Foi o seu compadre Joel! Dáço era extremamente preocupado com o destino de seus amigos e ficava macambúzio toda vez que algum deles morria, ou acontecia um acidente ou algum infortúnio. O diálogo prossegue: Eita ferro, a maldita já começou a me beirar, de que foi que ele morreu? – o homem não bebia, não fumava não raparigava, não jogava baralho, não fazia fé no jogo de bicho, não cantava mulher alheia e nem usava liga de elástico na base do instrumental para produzir o efeito impulsão. Dáço coçando a cabeça responde: Esse F.D.P.tinha que morrer mesmo! Tudo isso que você falou de coisas erradas na vida de um homem e que ele não fazia, eu sou cabeceira número um da cidade! Em seguida passa o artista plástico Patão Guedes e Tico, o convida para se assentar à mesa com os demais e tomar uma. Patão responde do seu jeito teatral: Deus dá a cada homem vivente duas piscinas olímpicas de bebidas, para ele tomar durante a sua vida. Eu já tomei as minhas duas piscinas e mais as bobonas de cloro que ficam ao lado da raia! Portanto, tou dispensado das suas companhias! E arremata: Essa mesa é puro caixão e vela preta!

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