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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 21 de setembro de 2024
 

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Mensagem: O gás não utilizado das Minas

Manoel Hygino (jornal ´Hoje em Dia´)

Continuo insistindo, como brasileiro nascido em Minas, na imperativa necessidade de as autoridades do setor energético voltarem a atenção para o Norte deste Estado. Lá se encontram preciosas e valiosas reservas de gás, não postas a serviço da nação, única e exclusivamente por omissão dos responsáveis pela área.
É um fato gritante. Quando Israel Pinheiro foi secretário da Agricultura, Indústria e Comércio de Minas, no já longínquo Governo Benedito Valadares, ele determinou que se perfurassem naquela região poços para captação de água à população. A seca não é invenção de agora.
Os sondadeiros, os homens que faziam a sondagem dos terrenos para definir os melhores lugares para os poços, enfrentaram um problema. A partir de determinada profundidade, a emanação de gases que subiam à superfície era tamanha que tonteava os perfuradores. O gás, como as escolas de samba, pediam passagem.
Transcorridos todos estes anos, nada se fez. Os homens da região apanham panelas e trempes e, em dias de passeio pelo campo, encaminham-se a estes lugares. Ali instalam o equipamento e cozinham arroz ou fritam seu peixe com o gás do interior da terra. O gás continua pedindo passagem, mas ninguém se importa com o apelo.
Apesar de tudo, importa-se gás, enquanto a riqueza natural de uma região sofrida com longas secas permanece inútil. Todos consideram inadiáveis os serviços de prospecção naquele território, que poderiam, demonstrada a presença de gás comercializável, contribuir para a redução da pobreza de brasileiros, coagidos a transferir-se às grandes cidades, hoje enfrentando o caos da superpopulação.
Até quando perdurará o menosprezo por esses brasileiros?
Recentemente, foi concedida uma ninharia para prospecções. Enquanto isso, a Associação Nacional dos Consumidores de Energia denuncia a falta de uma política para o setor. O Brasil não é auto-suficiente em gás e a importação da Bolívia enfrenta cotidianos. O Brasil volta a investir no país de Evo Morales, a despeito da nacionalização intempestiva de refinarias da Petrobras. É um desencanto para os que acreditaram e trocaram a matriz energética para gás natural, seja o dono de um táxi, ou a diretoria da Bayer.
O Brasil tem recursos para aplicar no setor energético na Bolívia, mas não no próprio território. Durante a visita do presidente Lula a Cuba, assegurou-se ajuda no refino e em pesquisas, inclusive firmando um memorando de entendimento para pesquisar petróleo em águas profundas cubanas.
O Norte de Minas, todavia, fica a ver navios, num Estado que não tem mar.
Há de se analisar o problema com isenção e visão desenvolvimentista. O Norte de Minas quer extrair o que a natureza lhe reservou, beneficiando expressivo número de pessoas, que vivem quase à margem da sociedade. É hora de se fazer algo valioso.
Após o anúncio da gigantesca reserva de petróleo da Bacia de Tupi, o presidente poderá ter ainda outra boa nova para o setor. A Petrobras deverá anunciar também em terra a descoberta de óleo. No que tange à região mineira, não é uma profecia. O gás existe. Falta ação do poder público.

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