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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 25 de novembro de 2024
 

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Mensagem: O PETRÓLEO É NOSSO!

1955. A marchinha de carnaval que fazia sucesso na voz das rainhas do rádio era cantada assim... Penicilina/cura até defunto/petróleo bruto/faz nascer cabelo/mais ainda está para nascer um doutor/que cura dor de cotovelo/aiaiai...
A canção transformou-se em marketing político pelo governo Vargas pontificando e estimulando o povo para o nacionalismo, o, já que brotara petróleo em solo brasileirto.
A propaganda fora incrementada pelo Pentágono, pois éramos uma colônia de campesinos cucarachos a serem por eles explorados e espoliados. O coração do povo palpitava e pelas ruas se ouvia as pessoas cantado a marchinha, repetindo o refrão: o petróleo é nosso!
Vivíamos em pleno Romantismo, Deus era brasileiro, quase ganhamos à Copa do Mundo no Maracanã e para nossa urbe, chegava um escroque interestadual. Um tremendo 171.
Cabelo na Glostora, terno de luxo, colete, gravata borboleta, sapatos italianos de duas cores, chapéu coco, bengala com cabo de baquelita. Essa era a figura do malandro que se hospedou no hotel de Juca de Chichico.
Lembro-me como hoje da figura respeitosa que ele sabia fazer presença. Um glentlemen. A notícia da chegada do forasteiro se espalhou como pólvora.
Alegava ter vindo para a nossa cidade próspera, dizia, aplicar o seu rico dinheiro. Comprou uma chácara no Morro Vermelho, onde hoje é a Vila Oliveira. Lá ofereceu à sociedade um lauto almoço animado por um pianista de São Paulo. Foram convidadas as autoridades, o clero os comerciantes e criadores de gado, além dos artistas. Um sarau de primeira linha! Tive a felicidade de lá estar com os meus pais. Foi o seu debut na sociedade montes-clarense.
Não demorou, fez alarde anunciando ter descoberto petróleo na chácara. Abria-se uma cisterna quando o jato do ouro negro jorrou! Daí a mais fina flor dos ricos locais acudiram e juntos com ele, em número de sessenta, montaram uma empresa para a exploração do petróleo nascente.
Imagina só petróleo em Montes Claros! Estavam, todos ricos!
À bem da verdade, o velhaco trouxera de Santos um tambor com 200 litros do produto, enterrou bem fundo e uma bomba de sucção retirava lentamente petróleo mineiro que agora manchava o solo de Figueira com glória. Retirou à vista de todos os boquiabertos sócios o ouro negro ao vivo e em cores.
Matou a cobra falsa e mostrou o pau sujo!
Junto com o tambor agora de petróleo montes-clarense, ele fez uma viagem de negócios, trouxe um gerente para controlar a empresa o laudo evidentemente comprobatório confirmando que as amostras levadas eram mesmo de petróleo.
Com a bolada em maõs para comprar a maquinaria própria para a extração do ouro negro, ele esticou cabelo e nunca mais deu notícias.
A chácara, único bem disponível com autorização judicial foi vendida e o montante apurado dividido com os sócios lesados, não cobriu nem dois por cento do prejuízo...
Nós somos da roça, mas somos chiques! Até nos trambiques!Aproveitamos para lembrar que cavalo não desce escada!

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