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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 21 de setembro de 2024
 

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Mensagem: SOB A ÉGIDE DA LUA

Na pia batismal, em 24/06/1944, recebeu a graça de João Walmor, por ter nascido no dia do santo festeiro. Vindo ao mundo sob o céu sob o signo de Câncer, redondinho com cara de lua, olhar zangado e atento, época em que já terminava a Segunda Grande Guerra Mundial. E, definitivamente, não gostava de ser incomodado.
Pequeno ainda revelou memória excelente e talentos precoces. Quando foi para o primeiro ano do primário, já sabia ler, aprendeu sozinho folheando revistas de quadrinhos. Logo, desenhava as suas próprias revistas, montava enredos, escrevia contos, crônicas e ensaios. Escreveu várias peças de teatro, sempre parodias. Enredos cômicos, ao estilo de As Nuvens, de Aristófanes.
Quando cursava o científico, ganhou o concurso de contos da Revista Alterosa, com o texto: O Rapaz Que Se Apaixonou Por Uma Lata de Sardinha.
Estudou, sempre tirando as melhores notas, nos Colégios Santo Antonio e Santo Agostinho em BH. Lia os clássicos e fazia comentários sobre mitologia grega e musicas clássica. Em Montes Claros, estudou no Gonçalves Chaves e na Escola Normal.
Desde cedo era assaltado por temores e premonições. Tinha medo de mar, corria de ondas e de avião. Não entrava em aeronaves nem que as mesmas estivessem estacionadas. Aeroporto para ele era como campo de concentração nazista.
Formou-se em medicina em 1966, pela UFMG, ocasião em que foi considerado um dos melhores currículos daquela universidade. Fez especialização em diabetes e fisioterapia. Desenvolveu escrita e leitura taquigráfica que usava para anotações na ficha dos seus pacientes.
Como era detalhista, uma vez anotou a queixa de uma cliente que relatava falta de apetite: dotô! Já faz tempo que eu não tô mais apetitosa!
Fã de Chico Buarque, de Paulinho da Viola, de David Bowie e Lennon. Sambista da antiga cantava Noel em rodas de boteco e fazia o solo do piston com as mãos em concha sobre a boca. Tocava pé de bode e teclado, dominando por completo o piano acordeom, uma relíquia do acervo de família, muito embora se saísse bem com qualquer outro instrumento que lhe viesse à mão..
Embora aparentasse ser um solitário, criou a moda de jogos de inteligência, que predominaram nas noites dos anos 60. Desenvolveu tabelas de pontuação criando campeonatos que começavam no Cristal e rodavam pelos encontros cabeça que se faziam na nossa urbe. Desenvolveu jogos de antônimos e sinônimos, estimulando o uso e estudo de dicionários.
Na mesa do bar, Nenzão Maurício solava bossa nova ao violão, Rui e Julião Prates faziam à percussão no tablado de madeira da mesa, enquanto notívagos imitavam João, de Astrud Gilberto. Sempre aparecia alguém fazendo um solo de piston ao estilo Stan Gaets. Estes, os percussores da bossa nova no Norte de Minas.
Walmor, quando com a alma enlevada pela mística do puro samba solfejava imitando o nasal de Noel Rosa: Seu garçom faça o favor/de me trazer depressa/uma boa média/que não seja requentada/um pão bem quente, com manteiga/traga um guardanapo, um copo dágua bem gelada/fecha a porta da direita com muito cuidado/que eu não estou disposto/a ficar exposto ao sol/vai perguntar ao seu freguês do lado/qual foi o resultado/do futebol...
Walmor retornou ao Criador, de onde foi emanado em 18/02/84.

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