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Mensagem: Cibernética: assim caminha a humanidade Estamos na era da Cibernética! Hoje cada avanço tecnológico corresponde a um mergulho no tempo de amanhã. Estamos vendo o homem na lua, pisando e fotografando aquela mesma lua romântica dos poetas, das serenatas, por tantos anos inatingida. Já existem ônibus espaciais, navegando pelo espaço sideral e os mísseis, de precisão matemática, percorrendo trajetórias, assegurando ao mundo a paz, através do equilíbrio das pretensões hegemônicas. Estatísticas de criações técnicas nos permitem avaliar o espaço das máquinas, levando-nos a crer que, no futuro, até os sentimentos do homem estarão em jogo, qualificados e julgados por computadores. Chegaremos a tal ponto? Seremos, no futuro, homens-máquina? Arrepia-me a idéia de tal casamento. Como poderá uma máquina pesar, medir o sentimento humano? Governar a alma e o coração do homem, matando-lhe o mais puro dos sentimentos – o amor? Felizmente ainda estamos no ano 2000, em que o amor existe, por excelência, embora não seja tão romântico, puro e ingênuo como nos “anos dourados” (anos 30) em que a virgindade era o grande “tabu”, respeitada e reverenciada. Hoje a mentalidade é outra. Mais aberta, mais liberal e menos romântica, entretanto, o casamento é planejado com liberdade de escolha de ambos, dentro da realidade social e econômica com propósitos de esperança e felicidade. Desfrutam o prazer e o que de melhor a vida lhes oferece, numa boa, inebriados pelo néctar do amor, numa enorme exaltação do sexo, sem escrúpulos, sem “frescuras”, tendo como lema a certa e verdadeira afirmação do saudoso poeta Vinícius de Moraes: “Que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure”. É bem verdade que o romantismo quase desapareceu e também as serenatas dos “anos dourados”. A dança é uma verdadeira violência, parece mais uma luta. Nas boates e discotecas, os músculos se torcem, sem nenhuma beleza, numa provocante sensualidade, longe do que foram as valsas do célebre Strauss e os tangos argentinos. Aquele cavalheirismo, não existe mais entre os jovens (a juventude que me desculpe) há uma excessiva liberdade, numa realidade total, livre de preconceitos. A feminilidade e delicadeza da mulher quase desapareceram, para dar lugar a uma constante disputa de valores. Aquela figura frágil, endeusada e paparicada pelo homem, não existe um certo exagero, um abuso, provocando a desestruturação da família Mas tudo isto é a evolução dos tempos e não há como segurá-la, onde a Cibernética tomou conta de tudo e de todos. Entre os jovens não há mais tempo para uma boa leitura, não param para ler uma poesia, ou escutar uma boa música clássica (clássica, por exemplo, acham cafona) correm todos dominados pela máquina, como verdadeiros robôs... O que podemos fazer, nós que estamos no outono da vida, para acompanharmos esta juventude irrequieta e turbulenta, e não sermos tachados de “caretas” e “quadrados” pelas nossas discordâncias? Poderemos tentar, aceitando e participando (desde que o nosso coração agüente) sem reclamações e censuras. Vai se a infância, a juventude, a mocidade, tudo tão rápido! Agora, que os fios prateados se afloram em nossas cabeças, agora que sentimos a velhice bater em nossa porta, percebemos que não temos estrutura para enfrentarmos o 3º milênio, que os “anos dourados” já ficaram tão longe e não pertencemos à geração da máquina... E quando tudo se lhe parecer triste, a vida sem sentido, chegando a acreditar que está sozinho, realmente cansado e velho, nunca se desanime, nuca se considere um velho inútil e sem objetivos. Saiba aproveitar o tempo que lhe resta, saiba aceitar o outono da vida, saiba envelhecer com otimismo e dignidade. Não se menospreze. Reaja, erga-se. Não se entregue a ociosidade, velhice não é doença! Não deixe que a solidão tome conta de você. Procure um lazer, uma distração ou um trabalho. Qualquer coisa para encher o seu tempo. Leia, escreva ou faça versos. Volte a ser poeta, volte a sonhar (ninguém vive sem sonhar) e enfrentar a 3ª idade sorrindo... Se nada disto lhe der prazer (o que não me acontece), assuma o seu papel; mas assuma-o com muita alegria e seja aquela “vovó coruja” sempre desejada e querida. Agarre-se aos netinhos. Ame-os com intensidade, e entre beijos, abraços e mil carinhos, extravase o seu coração. Entregue-o a estes pequeninos, a estas cabecinhas lindas e inocentes que são sua vida, seu sangue (e são apenas crianças); e, na pureza de suas almas, retribuem em dobro todo os seu afeto; e ávidas do seu amor, sentem-se felizes com a maravilhosa companhia da querida vovó. O amor é essencial na vida do homem, e só sobrevive apoiado na admiração. Não se pode negar, não se pode desprezar o valor da 3ª idade e o que ela representa no contexto da vida, com sua experiência adquirida (através de erros e acertos) entre duas ou mais gerações... Entretanto, não podemos também omitir, menosprezar o progresso e o bem que a Cibernética proporciona a humanidade. O ideal que todos caminhem, “pari passus”, - amor e máquina; só assim teremos no futuro, civilização e progresso, conforto e segurança, gerações perfeitas, mais humana, menos máquina, num equilíbrio dosado pelo amor sob influência e o benefício total da Cibernética. Montes Claros, 20 de julho de 2002.
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