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Mensagem: Pelo fim dos anos 1800, houve uma seca terrível no Norte de Minas, que ficou para a história e para a lenda com o nome de “ano da fome”. Os registros são muitos, mas nenhum com a graça de Helena Morley, pseudônimo de Alice Dayrel Caldeira Brant (1880/1970), avó deste brilhante Eduardo Almeida Reis que escreve atualmente nos diários de BH. Narrou ela no antológico livro “Minha Vida de Menina”, que corre o mundo até hoje com o mesmo sucesso e espanto de muitas décadas atrás, na quarta-feira 21 de junho de 1893: “No ano da fome eu era ainda muito menina mas me lembro ainda de algumas coisas daquele tempo. Se eu estivesse maior e mais esperta como hoje, acho que não passaríamos em casa o que passamos naquela ocasião. Nunca nada me impressionou tanto como a fome daquele ano. Lembro-me até hoje das velas que mamãe acendia no oratório, pedindo a Deus que mandasse chuva. Não havia nada na cidade para se comprar. Os negociantes punham gente nas estradas para cercar os tropeiros para comprar o pouco que eles traziam e vender pelo dobro ou triplo. Quem tinha pouco dinheiro passava fome. Cada dia tudo subia mais. Chegavam todo o dia notícias de gente morta na redondeza. Em toicinho nem se falava. Vovó, sabendo que Seu Marcelo tinha matado um porco, mandou se empenhar com ele para ceder uma arroba por qualquer preço. Até hoje me lembro de nossa alegria quando vimos um crioulo da Chácara entrar com um prato com toicinho”.
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