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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 21 de setembro de 2024
 

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Mensagem: UM PUNHADO DE BALAS, DOIS VELÓRIOS, UMA BAIANÊS

O notável Tico Lopes, músico, homem show, benzefala, instrumentista de cordas, filho de santo da linha Ogum Megê, e que toca instrumentos desde o cavaquinho até o agogô dos orixás, vinha de uma farra altas horas da noite acompanhado do músico Rui Queiros, o homem do bongô.
Rasgaram o silencio da noite em uma serenata regada à cachaça Viriatinha.
Ao passarem pela rua Irmã Beata, no centro, Tico, sabedor de que o escritor Georgino Junior( filho do coronel Georgino) deixava sempre no alpendre da sua casa, balas de canela, para refrescar a boca dos notívagos que por ali transitassem, entrou e apanhou um punhado de petiscos.
Rui Queiros estando de fogo pergunta: Ué Tico, o que você está fazendo no alpendre do coronel Georgino? Tico responde ainda de costas: apanhando umas balas! Rui indaga usando a analogia de ser aquela a casa de um coronel de polícia: de que calibre é?
Transcorria o velório do coronel Lopinho, conhecido líder político do Partido Republicano ao lado do Automóvel Clube quando Tico e Didú Tourinho chegam para aproveitar os lautos comes e bebes, numa madrugada fria. A dupla de glutões marcava presença no gerúndio do verbo comer. O negócio era não ficar deprê.
Como o coronel era de estatura pequena e magro, consequentemente o caixão era do tamanho infantil três, Tico fala ao ouvido de Didú: êta caixãozinho pequeno! Didú entregue aos seus próprios pensamentos acaba sem querer falando bastante alto: aí tombou o velho jequitibá! Em seguida bateu-se em retirada, pois, estavam pegando mal.
Certa vez, sabedores de que na sentinela do industrial Mark Oliffson rolava farta comilança a dupla foi chegando, já com os sucos gástricos excitados. Eram adeptos da filosofia de François Gaston: não adianta marcar encontro com o passado. A deles era com o presente.
Didú de frente ao corpo do de cujus e sabedor que o empresário era fumante de boas cigarrilhas francesas e bons charutos cubanos e usando a sua analogia de comparar tudo com futebol acaba, sem querer, falando alto na presença dos parentes e amigos do falecido: cada tragada que ele deu, era uma bicuda de Nelinho no pulmão!
Tornando explícita a causa mortis do velado potencializou então as emoções dos presentes irrompendo assim choros convulsivos, de familiares e amigos presentes no que a dupla gramou o beco de volta para casa.
Já na rua, Didú quebrando o silêncio da noite grita a seu modo: Tico Lopes dois, Didú três! Tico Lopes dois, Didú três! Tico Lopes dois, Didú três! Tico Lopes dois, Didú três! Em seguida para e pergunta: Tico, eu estou repetitivo... Repetitivo... Repetitivo... Repetitivo... Repetitivo?
Tico e Haroldo Cabaret, irmão de Didú comeram muito acarajé próximo ao terreiro de Mãe Menininha de Cantois em Salvador. Acometido de cólica, Cabaret agacha em um canto de muro em uma encruzilhada. Chega um filho de santo da casa e pergunta: Ôxem! O que o mineirinho está fazendo no muro de Pai Pequeno? Cabaret responde na bucha: arriando o barro!
O cambona de santo, na maior baianês conclui: o que é comido na Bahia dos Orixás é arriado na Bahia dos Orixás!

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