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Mensagem: PARA UM AMIGOCom o maior prazer, hoje, cedo este meu canto esquerdo de página, neste fenômeno universal que é o Mural deste querido Moc.com.Com tudo.Quer queiram quer não, com rima ou sem rima, este grande Mural transportou-nos à intimidade e conhecimento dos leitores de todo o globo terrestre ( montes-clarenses, claro.Os de outras cidades que ainda não o descobriram, infelizmente, não sabem o que estão perdendo), levando nossa palavra de sertanejo simples, de coração aberto, para onde até não se sabe onde.Aqui se fala certo do que está certo ou errado e, também, se escreve errado, quando necessário, para dizer o certo, pois Deus mesmo já nos deu o exemplo falando certo por linhas tortas, desde que o mundo é mundo.Isso, todo mundo sabe e ninguém contesta. (Então, larga de nóis, gente!).Por tudo isso e muito mais, eis aí o belíssimo texto de Murilo Maciel, honrando a família e as nossas raízes.Se o leitor quiser, para ficar ainda mais gostoso de ler, ouvir junto (no “link” das músicas de M. Claros tem) o aboio de Nivaldo Maciel (pai de Murilo) com Beto de Oliveira.Se estiver chovendo, então...Abraços e uma boa leitura para todos.Flavio Pinto_______________________________________________ SAUDADES DE TROPEIROS (autoria) Murilo Maciel – Março-2008Permitam-me.Hoje, amanheci com saudade das pessoas, da família, dos amigos, daqueles de quem gostamos. Senti falta das cavalgadas, das risadas, das confidências, do cheiro do suor dos cavalos, do corpo cansado.Pela manhã o tempo esta mais para carrancudo, fechado, com prenúncio de chuva, ainda bem.Ontem no Buriti, na porta de casa, passou uma boiada tangida, fazia 6 pousos e ainda faltavam mais 2 para chegar a Canto do Engenho, seu destino final. O José Pereira, parecendo o dono da boiada, montado num cavalo castanho, do meio, perguntou pelo Nivaldo Maciel e falou da falta de seu aboio naquele momento. Ligeiro seguiu viagem, que não podia atrasar.Me deu inveja e uma vontade danada de acompanhá-los, no coice ou na guia, tomando poeira, sentindo o cheiro do estrume do gado e ouvindo o mugido das vacas cheirando os bezerros, misturado com o rouco gritar dos vaqueiros e o galope dos cavalos ataiando e tocando a boiada. Dormir ao relento, contando estrelas, ouvindo causos, café no bule, na beira da fogueira, aquecendo corpo e alma. Arroz tropeiro com carne seca, pimenta verde e uma boa pinguinha.Mais tarde a chuva chegou fazendo barulho no serrado, molhando os pequizeiros, cagaiteras e pananzeiros.Deve ter sido bem recebida pelos vaqueiros, com a graça de Deus, que já estavam adiantados na viagem, molhando a roupa surrada e aguando a esperança.Fiquei pensando naquele quadro, antigo para os dias de hoje mas verdadeiro de uma época passada.Quantos dos nossos já foram tropeiros. Levaram e trouxeram mercadorias no lombo do burro, nas bruacas e cangalhas, superando as dificuldades que se impunham, pelas longas distancias e falta de recursos.Criaram riquezas e construíram uma cultura, alicerce de nosso edifício social .Foram bandeirantes, aventureiros, desbravadores, comerciantes. Viveram a natureza rude, curtiram o sol do sertão, passaram por temporais, adormeceram ao relento e criaram trilhas para muitos passarem.Foram personagens atuantes e importantes da história e com mãos calosas a moldaram.Os nossos tropeiros guardam a memória de uma época e muitos ainda estão por aqui. São heróis, pouco reconhecidos, de um tempo não muito distante, com muitas histórias vividas para contar. Basta escutar.
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