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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 21 de setembro de 2024
 

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Mensagem: Venho aqui, que freqüentei e freqüento. Sou destes dias, mas vivo em outros mundos, em outros tempos, outras noites; nos livros antigos vivo, em páginas passadas. Talvez um refúgio, para não ver o que, desolados, temos que ver.

Volto hoje porque li na página velha, onde a palavra quase é quasi que se escreve, belíssimo poema. Na letra de um menino antigo, hoje esquecido.

Estudou Português com um Poeta Romântico, estudou Latim, Francês e Inglês, Matemática também. Com 12 anos, foi aprovado ´plenamente´ em Português, Inglês e História, ´simplesmente´ em Francês, e com distinção em Inglês e Geofrafia. Doze anos ele tinha. Aos 17, fez esta maravilha que aqui me traz:

´Desse Deus as tintas de uma aurora

E as tintas do arrebol,

O casto azul que os céus tinge e colora.

E toda luz do Sol;

Desse-me Deus tudo isso que eu, cantando,

Pediria uma pena ao rouxinol

Melodioso e brando.


E com a tinta e com a pena escreveria

Assim muito de leve

(E com a minha melhor caligrafia)

Na brancura de neve

Desse teu peito casto e sedutor

As quatro letras da palavra - AMOR´


Se me perco em versos assim, deste mundo de agora não querendo ver, é porque minha alma, toda ela, recusa o mundo que aí está.
Perdoai-me o erro das palavras, da grafia e tudo mais, pois lendo coisa antiga, já não sei onde uso o chapeuzinho e que palavras, para dizer a mesma coisa, trocaram o i pelo e.

Naquele mundo desejo voltar, recomeçar, para com todos, todos, fazer um novo fim, disse Chico.

O poeta de 17 anos que me trouxe, e me chama, é um dos mais altos do vosso País.

Contudo, como tudo, também é esquecido.

Chamou-se pelas águas Afonso Henriques da Costa Gyuimarães, de 1870. Alegre, sadio, era dado a espasmos de retraimentos, e os outros meninos o chamavam - ´Afonso sonso!´.

Preferiu chamar-se, ele mesmo, de Alphonsus, mineiro de Ouro Preto, filho de português e mãe mineira.

- Ela era branca, ela era esbelta.
Olhos marinhos, fronte ideal de celta,
Mãe futura de pobres trovadores


Partiu aos 49 anos. Quase todo o tempo viveu no arrebol, embarcado já no poema aí de trás.


(Depois, se permitirem, irei contando toda a história. Vou de volta, recuo ´ao casto azul que os céus tinge e colora´. Tenho muita pressa e não retocarei o que escrevi. Depois, se permitirem, isto farei. By)

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