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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 20 de setembro de 2024
 

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Mensagem: SABORES DA NOSSA INFÂNCIA - SEGUNDA VIAGEM.

Viajando no arquivo feliz da infância e tendo como companheira de jornada Virgínia de Paula busca no fundo da memória os registros de sabores, aromas e prazerosas lembranças das guloseimas que marcaram a nossa infância campesina.
Eram muito gratas e ainda o são a expectativa de ver passar pela rua o carrinho de pipoca do Rosalvo vendendo mingau baiano com gosto de cravo e canela. O sabor de madeira deixado na boca após mastigar a mutamba, os fiapos de jatobá enganchados entre os dentes, ou grudados no céu da boca e descolados com as pontas dos dedos.
Encravados em nossa memória olfativa ontem, hoje e sempre o dulcíssimo melão de São Caetano arrancado das ramas nas cercas e que deixava a boca melada e o estômago borbulhando. O insubstituível sabor do sorvete em caixa Eskibon com aquela casca crocrante e o seu clone cremoso e com cobertura de chocolate, vendido aqui na terra de Figueira por José Lafetá ( e o seu substituto sertanejo na sorveteria do bairro Roxo Verde).
Encher os bolsos com o doce colibri feito por Ana Veloso. Tínhamos que atravessar a pinguela de madeira que interligava o bairro ao centro, numa verdadeira aventura. Saborear os pastéis Lolita e Lavínia, o doce Queijão feito com leite e ovos e depois uma copada de Qsuco de groselha com os cubos de gelo nadando no líquido vermelho...
Relata-nos dona Ruth Tupinambá, que na sua época o doce da moda era o pudim veludo e o de leite feito por Sinhá Cândida. Outros doces que faziam sucesso nas festas de casamento, batizados eram o siricáia de dona Luiza de Totó, os doces cristalizados, de casca de laranja com rapadura.
Outros doces que encantavam nos anos ainda românticos eram a maçanzinha de côco, os bolinhos da Sinhá, o amor em pedaços, a maçanzinha com folhas de jabuticaba e os doces de festas feitos pelas irmãs Conceição e Helena Melo Franco.
A goiabada cascão feita por Domingão Tupinambá e as cocadas com doce de mamão feitos por Swagar.A groselha de fundo de quintal de João de Paula.
O queijo catupiry na caixa de madeira, o caldo de mel de laranja baiana sem umbigo feito por dona Fina de Paula. A moreninha de rapadura, bicarbonato e laranja da terra. A jacuba de raspa de rapadura de Monte Azul com água e farinha de milho, um hidromel curraleiro.
O doce em casca de dona Vina, os roletes de cana caiana na talisca de bambu verde e posto no tabuleiro por seu Carrim. Os incríveis bolos caramelados de dona Eulina Souto, os sapotis de Sá Rita no tabuleiro, as quitandas de dona Liça, os doces de Aracy com seus casadinhos em formato de meia lua.

Os frutos do cerrado que enchiam as nossas panças de alegria: a cagaita de vez, já que a madura embriagava. O murici bem molinho e com o olho que tudo vê no meio, a araçá, a goiaba dos deuses, o panã ou cabeça de nego que deixava um cheiro que buscava nossa pituitária a um quilometro de distância.
Almoçar um arroz de forno pincelado com gema de ovos e preparado por João Aprígio tendo como sobremesa o manjar de côco com ameixas pretas e calda de mamão.
Um bom surubim assado ou um pacomã grelhado com uma suculenta fatia de moranga um gole de frisante Michellon bebido escondido, dois copos de água da fonte do DER esfriadas na bilha de barro e para dar o arroto final, uma talhada de melancia da praia.
A sesta sob a sombra de um umbuzeiro esticado numa rede de palha cheirosa de tucum sob os raios abrasadores do sol da tarde. Acordar às 15 horas e se deliciar com uma poção de bolota de queijo com marmelada cascão e uma ambrósia gelada sorvendo um grapette.

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