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Mensagem: Outro dia, lendo sobre o esfacelamento do mundo comunista, me lembrei de um caso acontecido há anos, em minha terra natal. Pedra Azul é uma cidade linda, mas mais linda era quando se chamava Fortaleza. Naquela época, tudo girava em torno do “Grande Bazar 36”, maior orgulho da nossa cidade. Praticamente todas as compras eram realizadas lá, onde podíamos encontrar “de um tudo” - falávamos assim mesmo e, estufando o peito. Todos os negócios e fuxicos começavam e terminavam ali. Os homens tomavam cafezinho, pinguinha, batiam papo, pitavam seus cigarrinhos de palha, tossiam seus “Liberty Ovais”, fofocavam, vendiam e compravam boiadas e fazendas, confortavelmente sentados nas cadeiras de vime dispostas em frente à Casa Bancária – isto mesmo, o “Grande Bazar 36” era, também, Casa Bancária. As mulheres, muito arrumadas, andavam pra lá e pra cá, gastando o dinheiro dos consortes. Quando surgiu a ameaça do comunismo foi um Deus-nos-acuda, um diz-que-diz danado: Co-mu-nis-mo! Todo mundo queria saber que bicho era esse, perguntava, temia, rezava, inventava, bravatiava... Ah! Esqueci de contar que perto do “Grande Bazar 36”, num largo enorme, moravam Seu João, casado com Dona Margarida, e Seu Pedro, casado com Dona Isabel - nomes fictícios, é claro! Eram amicíssimos, só saiam juntos, viajavam juntos no velho Ford bigode, eram “unha e carne”. Gente boa, fazendeirões, “figuras impolutas”, no dizer de minha avó. A pacata Fortaleza estava em polvorosa. Afinal, que diacho era isso? Co-mu-nis-mo... É bom? É ruim? Virá a cavalo ou no carro do Faustino? Num belo dia, Seu João, marido de Dona Margarida, chegou da fazenda, desamontou, foi logo marcar presença no Bazar e saber das novidades. Conversa vai, conversa vem, surge o assunto polêmico. Nosso amigo, que se julgava muito ilustrado, resolveu explicar em poucas palavras aos ignaros fortalezenses o que era o tal do Co-mu-nis-mo. Pigarreou, deu uma gorda cusparada pro lado e sabiamente arrematou: - Meus amigos, Comunismo chegou no “Grande Bazar 36”, o negócio é muito simples: Eu fico com a comadre Isabel e o compadre Pedro fica com a comadre Margarida... É apenas isso! Falou e disse, mas na cidade inteirina já corria o buxixo que “não era de hoooje...” que o comunismo já chegara em casa dele e de seu compadre. Na nossa família, quando queremos explicar alguma coisa, começamos: “ É muito simples: Comunismo chegou no Bazar...”
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