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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 23 de novembro de 2024
 

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Mensagem: ADEUS, PATÃO!

Homenagear um grande amigo, que partiu justo no dia do aniversário da cidade em que ele nasceu e amou, 03 de julho, é muito penoso. Um artista como Hélio Guedes, meu querido Patão, nunca morre. Apenas desencanta. Fica gravado na memória dos parentes, das pessoas que o amaram e com ele conviveram. Através de sua arte, perpetua-se também na memória de todos os que não tiveram a ventura de conhecê-lo pessoalmente. Recebi a notícia hoje, às 14:00 horas, apenas três antes do enterro, que será em Montes Claros, através de Luís Novaes, o “Peré”, que tanto quanto eu, privou da amizade e do convívio com essa figura maravilhosa que Deus pôs no mundo e levou um pouco antes da hora. Só me resta republicar um poeminha que lhe fiz há uns seis meses.

E lá vem ele, soberano, pela Rui Barbosa,
Com tênis, calça jeans, colete e seu “oclin”,
Buscando amigos prum naco de prosa
Observando tudo, tim tim por tim tim.

De repente ouve, ao longe, um grito antigo
Pára, procura circunspecto o autor do brado
E vê dois braços lhe estendendo abrigo:
É Tico Lopes, sorrindo emocionado.

Depois do abraço, num banco da Praça
Onde existia o mais lindo Mercado
E agora existe um predião sem graça
Deixam o papo de sempre atualizado.

Levantam âncoras. Ao Café Galo!
Quem sabe pra rever linda mulher
Desfilar, sem passarela e no embalo
De ardentes olhares de quem não a quer.

A cervejinha? Não sem a guia: “Viriatinha”.
Estalam a língua, saboreando o “mé”,
Na esperança de por ali dar uma voltinha
Um grande amigo, Haroldinho, o “Cabaré”.

E não é que ele aparece? Foi milagre?
Eta, o homem chegou! Ô trio “bão”!
Só tomando mais uma, seu cabeça de bagre!
Isso é hora de chegar? Que dormição?!?!

E descem os três à Praça da Matriz,
Celebrando a vida e o encanto da amizade,
Ao encontro de um imenso ex-Juiz
Que os espera desde o cair da tarde.

E o paquiderme, ao vê-los, se levanta
E solta fogos temporões de “seu” Firmino.
E na Igreja Padudu, solene, canta
Em homenagem ao amor um novo hino.

E esta visão e este momento terno
Naquela Praça, antes florida e bela,
Patão, amigo, artista, imortal e eterno,
Registra tudo numa imensa tela.

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