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Mensagem: “Viva o divino meu santin, querido, que com seus milagres que tem me valido...”, com esta canção, cantada pelo seu grupo de caboclinhos há décadas, Joaquim Poló, o grande e respeitado chefe da caboclada, anuncia que as Festas de Agosto estão a caminho. Segue convalescente.Sofre, sente dores dilacerantes, mas é com a fé no Divino Espírito Santo, que o move, e com a força de um cacique guerreiro, que prossegue sua luta. No seu rosto, o sorriso estampado denuncia a alegria de chegar até aqui e poder “brincar” as Festas de Agosto. As visitas de festeiros e mordomos da bandeira já começaram, ele não esta presente fisicamente. Mesmo à distância, em um leito hospitalar, está atento a tudo e a todos. Carinhosamente pede à Lena, suas esposa, para não esquecer os agasalhos e não deixar faltar o lanche das crianças, antes das apresentações. Põe ordem na fila das crianças, marca o compasso da dança do cipó, ensina ao Mestre Sala a forma correta de se manejar a bandeira, providencia as fardas dos caboclinhos de olhos claros e da mamãe vovó; instrui Socorro, sua filha mais velha, a coordenar o grupo, me pede ajuda para por disciplina nos meninos, orienta nos consertos e confecção de novos instrumentos, pede a Dinzão, seu filho e sucessor, para afinar os instrumentos e fazer bonito nas apresentações. Recomenda-o a não deixar de tocar para mim, na viola ou na rabeca, “Amo-te muito” e “Saudade do Matão” (“ninguém conhece a razão por que choro...”). Só para ver os meus olhos marejando... Que coisa fantástica!Levanta daí, Joaquim! Passa sebo nas canelas, que o caminho das bandeiras este ano é longo, e nós o esperamos para brincar e chefiar a caboclada, que mais uma vez virá para abrilhantar as nossas tão queridas e tradicionais Festas de Agosto, dos nossos Montes Claros! Impressiona a força e a coragem deste grande homem, pedreiro, dançante, marceneiro, cacique, chefe da caboclada, brilhante e ilustre montesclarense, que assim como os outros mestres de catopés e marujos, deveria ser agraciado, este sim, com o título de cidadão benemérito, como reconhecimento do tanto que já fez e faz pela autêntica cultura de Montes Claros.Sua benção, Joaquim Pólo.
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