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Mensagem: Estão distantes os dias, dias e noites, em que a lendária personagem de M. Claros, dona Joaninha Souto, subia os degraus da torre direita da Matriz para tocar os sinos. Os dobres eram diferenciados. Alegres para casamentos e batizados; tristes para enterros; tristíssimos, esmagadores, lancinantes, quando anunciavam velório e enterro de criança. Todos os que têm 50 anos ou mais em M. Claros conhecem de cor e salteado o significado das velhas badaladas da Matriz. Mas, isto foi há muito tempo. (No tempo do onça, dirão os mais novos, irreverentes, desconhecendo que talvez um dia envelheçam, se acumularem méritos para tanto). Hoje, raramente alguém sobe os degraus de madeira do velho campanário de cerca de 250 anos para agitar os sinos, que também não marcam mais as horas. Agora, este trabalho está a cargo da eletrônica. No reverso do frontispício, logo abaixo da Cruz que identifica o templo Cristão, estão o megafone e as duas cornetas (fotos) que amplificam para a cidade o sinal das horas emitido eletronicamente, por computador. Tangem acionados remotamente, pelos recursos da cibernética, de hora em hora, embora os moradores do fundo da igreja garantam que é de meia em meia hora. Há os que gostam; mas há os que, exaustos, dizem que não dormem nunca, ou quase nunca, sempre esperando a pancada da próxima meia hora. Assim, consomem a noite. É só perguntar por lá.
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