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Mensagem: VIAGEM AOS ANOS 60Tempos do fim do Romantismo que deixou saudades da coca-cola e do guaraná tomados no canudinho de palha. Logo vieram os modernos Grapettes, Cruhs, no canudinho de plástico. O copo era de alumínio com um cone de papelão por dentro. Hoje, são de plásticos, desprovidos de alma.Na escola, a caneta era de bico de pena de aço molhada no tinteiro ou uma elegante Parker 51 com a pena foliada a ouro, utilizada por meninos abastados. A tinta azul com variações de tons, também fabricada pela Parker, estava no corpo da caneta em uma bisnaga de borracha. Dava status!Os nossos avós faziam a barba com amoladas navalhas suecas da marca Solinger, em um ritual próprio de cada um. Nada de descartáveis, como os aparelhos modernos. O telefone era de baquelita preta, numa transição entre o rococó e o moderno. Envelopes de cartas estilo Air Mail eram colados com goma arábica ou com saliva humana. Nada de bastões fálicos, ao estilo moderno.A sandália masculina era do tipo franciscana, couro de primeira, ou as confeccionadas artesanalmente de couro cru conforme influência do nordeste, as sandálias de tropeiro; a Alpercata Roda com solado de sisal, que chamávamos precata roda O adolescente usava o quedes que se modernizou e passou a ser chamado de tênis. Garotas usavam conga com pinturas feita à mão.Os boleros eram extraídos de bolachões de acetato, o long-play de 34 ou de 78 rpms. A manteiga Alvorada era feita na Cooperativa e comprada no quilo envolta em papel celofane. Logo virou a insossa margarina vegetal.O leite de primeira qualidade e natural era fornecido à porta de casa trazido em latões de flandres pendentes em lombo de burros, ou em um Jipe com o medidor tipo sucção e câmpola de vidro graduado. Pelo barulho da tampa do latão se sabia da chegada do leiteiro da roça.Hoje, o produto é acondicionado em sacos de plásticos e não dá para visualizar o produto e excitar os sucos gástricos, como outrora.A drágea de chocolate era acondicionada em tubos de papel ou papel laminado e dada ao formato, tipo ventoso, grudava no céu da oca do feliz ganhador da guloseima.Os retratos eram batidos nos lambe-lambe, nos estúdios românticos com os meninos eram fotografados com terno de linho S 120 branco, que fora usado na primeira comunhão. Retratos picotados nas bordas e montados em folder de papelão cinza, com divisória de papel vegetal.Não tínhamos supermercados, mas havia o Armazém Globo de Antonio Barreto. Ruas eram calçadas com paralelepípedos ou broquetes. Desfilavam Cadillac, Pontiak, Studebaker, Simca, Pontíac e Impalas.Senhoras usavam blusa crepe ou de tafetá preto, com broches de coco e ouro, ou um ousado vestido tomara-que-caia preso no busto por uma armação de arame.As notícias vinham dos trailers do cinema, dos almanaques, ou pelas ondas galenas do rádio.
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