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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 22 de setembro de 2024
 

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Mensagem: Falta entusiasmo
Waldyr Senna Batista
Vistas no papel, as coligações partidárias montadas pelos três candidatos a prefeito impressionam pela quantidade de siglas que exibem. Na prática, não passam de ajuntamentos formados apenas para garantir tempo no rádio e na televisão para a propaganda eleitoral. À maioria faltam votos e afinidade.
No grupo comandado pelo prefeito Athos Avelino, o PPS só tem peso por ser o partido do prefeito, que detém a máquina administrativa, e o PTB, por apresentar candidatos a vereador geralmente bem votados. Os demais, incluindo o PT, a que pertence o candidato a vice-prefeito, contam pouco. Os petistas, além de serem em número reduzido, não se entendem internamente e estão divididos, porque o grupo derrotado na renovação do diretório não se integrou na campanha.
Na coligação liderada pelo PMDB, que lançou Luiz Tadeu, a presença expressiva se resume ao PP, por causa da presença do deputado Gil Pereira, que recompôs antiga parceria com o ex-prefeito. Os dois, atuando em campos opostos, demonstraram força eleitoral. Os demais partidos praticamente não contam.
Quanto a Rui Muniz, lançado pelo DEM e tendo o PSDB como aliado, teoricamente poderia desfrutar de situação privilegiada. Mas, efetivamente, ele não pode contar com nenhum dos dois partidos, que optaram por cruzar os braços, haja vista que ninguém do chamado alto-clero se fez presente na passeata realizada no último sábado. Além disso, há sinais de que o candidato é alvo do chamado fogo-amigo, eufemismo que serve para denominar boicote. A partir da homologação, em vez de crescer, sua candidatura perdeu muito do ímpeto inicial.
O artificialismo que predominou na composição dos grupos, ligados a interesses que não o de fortalecer as candidaturas a prefeito, talvez explique a reduzida movimentação das três campanhas. Elas estão em compasso de espera, na suposição de que recuperarão o tempo perdido a partir dos programas televisivos que começam no dia 19. Uma aposta de alto risco, considerando-se que faltam exatos 50 dias para a realização do pleito. Se o chamado comício eletrônico não produzir o milagre esperado, não haverá tempo bastante para adoção bem sucedida de estratégia alternativa.
Enquanto aguardam, os candidatos vão “cozinhando” a campanha com reuniões domiciliares e no corpo-a-corpo nas ruas. O do PMDB, nas primeiras visitas feitas após a convenção de homologação, mostrava-se empenhado em reformular a imagem de agressividade que é sua marca e que ele utilizou amplamente na fase da pré-campanha, quando usava o rádio para pregações demolidoras, até ser silenciado pela justiça eleitoral. Nesses contatos, ele anunciava haver expurgado os “aloprados” do seu grupo,e se reconciliado com antigos colaboradores. Uma inédita imagem “zen” que será avaliada nos programas de tevê.
O prefeito-candidato usou o telefone para seus primeiros contatos com formadores de opinião, aos quais dizia ter sacrificado os dois primeiros anos do seu mandato na recuperação das finanças do município, o que lhe causou grande desgaste. Mas não se arrepende disso, confiante em que o reconhecimento da população virá com as obras que vem executando e que só se viabilizaram graças ao saneamento realizado – dizia o prefeito.
O candidato do DEM/PSDB não está conseguindo superar os obstáculos postos em seu caminho pelas figuras que compõem o núcleo-duro dos dois principais partidos que deviam apoiá-lo. A essa altura, as dificuldades parecem intransponíveis, restando-lhe investir no eleitorado jovem, que tem sido a base de suas campanhas.
Nos moldes em que se desenvolveu até agora, a atual campanha difere totalmente do modelo usual. Nela é patente a ausência de vibração tanto por parte do eleitor como dos candidatos.

(Waldyr Senna é o mais antigo e categorizado analista de política em Montes Claros. Durante décadas, assinou a ´Coluna do Secretário´, n ´O Jornal de M. Claros´, publicação antológica que editava na companhia de Oswaldo Antunes. É mestre reverenciado de uma geração de jornalistas mineiros, com vasto conhecimento de política e da história política contemporânea do Brasil).

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