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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 25 de novembro de 2024
 

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Mensagem: OURO DE TOLO
Raphael Reys

Maurício de Nassau, mui digno prefeito da vizinha cidade de Botumirim, nos saudosos anos de 1976, vinha sempre aos Montes Claros e usava como ponto de apoio o escritório da Imobiliária Nascimento, do saudoso advogado e corretor imobiliário Eduardo Nascimento.
Tratado como amigo da casa, numa tarde saiu para beber com o efetivo da empresa. Luciano Nascimento, Raimundo Chupa Dedo, Borém e os saudosos Eduardo Nascimento e Filomeno Bida. Quando a cachaça já ia alta o alcaide cheio de bazófia e como os companheiros de copo e de cruz eram todos mentirosos, afiançou que no seu município tinha uma grande mina de ouro desativada. Coisa mantida em segredo e que dava metal amarelo de montão.
No calor da cachaça fez então o convite formal aos amigos que acreditando no anunciado pelo colega de cruz e de mesa de boteco aceitaram o convite para passar três dias no garimpo do metal amarelo. Na quinta feira adquiriram os apetrechos de garimpagem no comércio local. Pás, bateias, enxadas, mangueiras e três garrafões da cachaça Viriatinha.
Na checagem do equipamento no escritório da imobiliária, o Filomeno Bida apresentou um saco contendo vinte pães no que o Borém observou: para que pão? Basta a cachaça! Em seguida, fretaram um carro na concessionária, botaram o pé na estrada cheia de buracos e poeira. No meio do caminho já haviam esgotado o primeiro garrafão de pinga!
O segundo garrafão esgotou na entrada da cidade de Botumirim!
Nassau os levou para a sua casa (dele) para tomarem banho e curar o escornamento, antes de irem para o garimpo. Logo o quarteto com os utensílios em mãos saiu pelo centro da cidade. A população juntou para observar o mico e eles pensavam que era inveja por estarem sendo tratados com distinção pelo prefeito local.
Esgotado o terceiro garrafão de cachaça mandou portador ao comércio adquirir mais dois de boa qualidade. De tira-gosto, lambiam o suor da mão. Durante dois dias durou a bateia e logo contabilizaram e meteram no embornal, três quilos e setecentos gramas do metal amarelo.
Feitas as contas do que deviam em aluguel do carro, utensílios e demais despesas de viagem, concluíram que estavam medianamente ricos. Tinham barrufado em pleno Norte de Minas!
Agradeceram ao prefeito pela acolhida, pela pala da mina e gramaram o beco de volta aos Montes Claros. Já acabaram de beber o quarto garrafão da maldita e estando próxima a entrada da nossa cidade, deparou-se com uma patrulha da Polícia Rodoviária.
Eduardo que estava dirigindo sem habilitação, saltou de lado e passou a direção para o Bida. O guarda, entretanto, manjou a manobra sorrateira, parou o veículo dos ébrios garimpeiros e aplicou multa pesada pela infração e pelo engodo. Eduardo Nascimento, o exaltado advogado-corretor-garimpeiro, no calor da cruel deu carteirada da OAB no guarda.
Recebeu voz de prisão e mais multas. Para piorar a situação já potencializada pelo calor da discussão, o Belém que estava escornado de balão apagado no banco de trás, acordou atordoado e vociferou: quem é que parou essa tarraqueta!
O guarda sacou a arma, deu-lhe voz de prisão por desacato à autoridade e lhe aplicou um par de algemas. Luciano Nascimento também de fogo e que até então apenas assistia estupefato, interveio com energia e também foi detido.
Filomeno Bida, no santo nome do Senhor, rogou ao guarda o perdão para aquele quarteto de bêbados alegando que os mesmos estavam comemorando a extração do ouro e a recente riqueza.
A autoridade sensível àquele momento dispensou os notívagos que logo chegaram à cidade e providenciaram a venda dos três mil e setecentos gramas do ouro para cobrir as dívidas e fazerem o esperado racha!
O material garimpado era o famoso ouro de tolo, sem valor comercial. Prá piorar ainda mais, a concessionária os processou-os por terem devolvido o veículo em petição de miséria!
O quarteto, ao avaliarem a dinheirama que ganhariam com a venda do produto baixou a sola no carro alugado detonando o mesmo na buraqueira da estrada sofrível e dando risada toda vez que a lataria balançava aos solavancos e as aceleradas maliciosas. Pretendiam pagar o carro alugado e sem seguida, para comemorar o jogarem dentro do rio do Melo.
Tomaram grana emprestada do Arnaldo para cobrir o prijú e evitarem as malhas da lei!

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