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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 25 de novembro de 2024
 

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Mensagem: (...)No processo de restauração do `Casarão da Fafil`, serão resgatadas as características da época da sua construção, concluída em 1889. O edifício está sendo totalmente recuperado para receber o Museu Regional do Norte de Minas, obra implantada pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), com recursos viabilizados junto a empresas, através da ´Lei Rouanet´, com o apoio do Governo de Minas. A inauguração do museu está prevista para o início de 2009.O projeto arquitetônico de restauração original foi desenvolvido pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA), em 2001, e readaptado três anos depois, como forma de atender à Lei de Acessibilidade (nº 10.098/2004). (...)´Agora, todas as características originais serão recuperadas, com o casarão voltando a ser como era em 1910, antes de sofrer as primeiras intervenções´, explica a arquiteta Clarissa Neves.Ela lembra que um dos aspectos diz respeito à fachada. Quando o prédio foi construído, existiam sacadas junto às janelas no segundo pavimento, viradas para a rua Coronel Celestino, que teriam sido retiradas no começo do século XX, quando o sobrado passou a sediar o Grupo Escolar Gonçalves Chaves. Com a restauração, as sacadas voltarão a existir nas características originais.Serão recuperados e preservados os detalhes originais das paredes, portas e janelas do edifício. Nesse sentido, informa Clarissa Oliveira Neves, por intermédio das pesquisas, foi constatado que, no fim do século XIX, as esquadrias das portas e janelas do casarão eram na cor vermelha, embora, hoje, apresentem a cor azul. Com a reforma, o vermelho retornará às esquadrias, gerando um bonito contraste com o azul. As paredes, por sua vez, serão brancas. Ao todo, a edificação conta 811 metros quadros de área construída, somando 50 janelas e 43 portas.Outros aspectos originais também serão resgatados como o telhado, beirais, piso, rodapé e o madeiramento da escada interna, usada para o acesso ao segundo pavimento. Da mesma forma, serão mantidos o reboco, cordões, frisos e pilastras, tanto na frente como nas laterais do casarão.(...)O Museu Regional do Norte de Minas vai reunir um grande acervo documental, fotográfico e material sobre a história da região, que está sendo catalogado pela Unimontes, por intermédio da Pró-Reitoria de Extensão. O objetivo é que o museu sirva também como uma referência para pesquisas sobre o processo de ocupação e desenvolvimento dos municípios norte-mineiros, abrangendo várias áreas do conhecimento.O local contará, ainda, com diversos espaços temáticos. A arquiteta Clarissa Neves Oliveira esclarece que não haverá nenhuma mudança na estrutura física do Casarão da Fafil, a não ser as intervenções nas redes hidráulica e elétrica, nas instalações sanitárias para atendimento aos portadores de necessidades especiais e no sistema de segurança contra incêndio. ´Na verdade, o museu é que será adequado ao sobrado´, diz a arquiteta.Ainda dentro da proposta de resgate das características do edifício, serão eliminadas todas as obras de ampliação (anexos) que foram feitas no terreno, já que não têm a característica histórica. Com 407 metros quadrados, o espaço ao fundo do prédio será revitalizado com jardins, anfiteatro e um espelho d`água, a fim de que possa ser usado pelos visitantes do museu.
HISTÓRIA DO CASARÃO
Conforme registro do historiador Nelson Vianna, na obra ´Efemérides Montes-clarenses´, o casarão da rua Coronel Celestino, 75, cuja construção teve início em 1886, foi inaugurado em 19 de janeiro de 1889, pelo coronel José Antônio Versiane. O prédio tem uma grande importância para o setor educacional da cidade, pois foi sede do primeiro grupo escolar, do primeiro estabelecimento de ensino médio (antigo segundo grau) e dos primeiros cursos superiores da cidade.
Conforme a pesquisa, o coronel José Antônio Versiane residiu pouco tempo no sobrado. Em 1896, o prédio foi alugado pelo Governo do Estado para abrigar a Escola Normal de Montes Claros. Em 1905, a Escola Normal foi fechada e se mudaram para o local os primeiros padres premonstratenses de Montes Claros.
Em 1909, o prédio foi adquirido pelo município e oferecido ao Governo do Estado, a título de empréstimo, passando a abrigar o Grupo Escolar Gonçalves Chaves. Em 1915, voltou a ser sede da Escola Normal (atual Escola Estadual Professor Plínio Ribeiro), que funcionou até 1938. Durante um ano (1946), funcionou no prédio também o Grupo Escolar Doutor Carlos Versiane. Logo em seguida, o sobrado sediou o Departamento de Estradas de Rodagem (DER–MG).
A Escola Normal foi restabelecida em 1949 e funcionou no antigo casarão até 1962, quando foi transferida para o seu atual prédio.
Em 1966, o casarão passou a abrigar os cursos de Geografia, História, Letras e Pedagogia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Norte de Minas (Fafil), que se desligava da Fundação Educacional Luiz de Paula (Felp) e era incorporada à então Fundação Norte Mineira de Ensino Superior (FUNM) – atual Unimontes. No mesmo ano, também passou a funcionar no velho edifício a Faculdade de Direito do Norte de Minas (Fadir) que foi a primeira unidade vinculada à FUNM. A Fadir funcionou ali até 1978, quando foi transferida para o Campus Universitário Professor Darcy Ribeiro, passando a ocupar parte do prédio que já abrigava a Faculdade de Medicina. A transferência da Fafil para novo prédio no atual campus ocorreu no segundo semestre de 1992.

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